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Webinar discute ações para estimular a presença da mulher no mercado de trabalho e em cargos de liderança

9 de março de 2021

Apesar da presença marcante e consolidada no mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam barreiras para atingir cargos de liderança, conquistar igualdade salarial, se formalizar e conseguir microcrédito para empreender – e simplesmente pelo de fato de serem mulheres. Para discutir formas de mudar essa realidade, a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) promoveu o webinar “Lideranças femininas em prol do desenvolvimento do país”, transmitido nesta segunda-feira (8), marcando o Dia Internacional da Mulher.
O presidente da ABDE, Sergio Gusmão Suchodolski, abriu o evento destacando o trabalho da entidade para impulsionar a participação feminina no sistema financeiro. “É um dia de celebração, de registro de trajetórias, e de inspiração para todos. Temos buscado, dentro da ABDE, realizar série de atividades técnicas nas parcerias internacionais para alinhamento das carteiras de crédito ao tema de gênero”. O evento contou com a participação de quatro mulheres presidentes de instituições de fomento associadas à ABDE.
Veja a íntegra do evento no canal da ABDE no Youtube, clicando aqui.
Painéis
No primeiro painel – “Lideranças femininas no financiamento do desenvolvimento – representatividade do Sistema Nacional de Fomento” -, a presidente do BRDE, Leany de Souza Lemos, afirmou que os bancos de desenvolvimento e agências de fomento trabalham para estimular a participação ativa da mulher no empreendedorismo e dar oportunidades para a inclusão da mulher. “O setor público tem que fomentar o microcrédito e a capacidade das mulheres de poderem se formalizar. Nós estamos trabalhando com linhas de crédito para mulheres com juros mais baixos e melhores condições”.
A presidente do Badesul e segunda vice-presidente da ABDE, Jeanette Lontra, trouxe outro ponto importante quando o tema é empreender: “Segundo pesquisa do Sebrae, as mulheres têm mais dificuldade de acessar o crédito, mas têm mais credibilidade porque são melhores pagadoras. Elas precisam de um estímulo para melhorar a sua empresa. E o que nós temos que fazer é estimular essas mulheres”, ressaltou.
Mais uma barreira que precisa ser vencida para a equidade de gênero e inclusão das mulheres no mercado de trabalho é a oferta de linhas de crédito às vítimas de violência doméstica. “O sistema financeiro tem regras que não estão permitindo que essas mulheres possam ser estimuladas a empreender e sair desse ciclo vicioso e perverso de depender economicamente do seu próprio agressor. O meu maior desejo é ter uma linha para mulheres vítimas de violência doméstica”, revelou a presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte, Márcia Maia.
A presidente da Agência de Fomento do Tocantins, Denise Rocha Domingues, reforçou que é fundamental igualar as condições de homens e mulheres no mercado de trabalho, principalmente em cargos de liderança. “Em 23% o salário das mulheres é inferior ao dos homens. Nós produzimos muita renda, somos multitarefas, aprendemos a flexibilizar nosso tempo. As mulheres são merecedoras de cargos de liderança”.
As discussões foram mediadas pela executiva e conselheira da Women in Leadership in Latin America, Jandaraci Araújo.
Com o tema “Parcerias internacionais e a agenda de gênero no SNF”, o segundo painel discutiu a participação de entidades internacionais para auxiliar os bancos de desenvolvimento e agências de fomento a criarem ações para estimular a participação da mulher no mercado de trabalho e promover a equidade de gênero. “Temos que começar a considerar a inclusão de forma mais ampla. O BID vem trabalhando em diversos países. É um trabalho que tem que ser feito de forma estratégica, integral e ser uma política do banco. E que não se faz num dia só”, defendeu a especialista-líder do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maria Netto.
Já a especialista do Consulado Britânico Maud Chalamet explicou que o governo do seu país tem como prioridade financiar ações para impulsionar a participação da mulher no mercado de trabalho. “O governo britânico tem uma posição muito forte no que diz respeito a ajudar na equidade de gênero e tem investido em programas que visam essa equidade. 58% dos nossos financiamentos pelo mundo devem ter um critério de equidade de gênero”.
O webinar foi uma forma de jogar luz a um tema tão importante e que ainda necessita de muito avanço, mesmo em pleno 2021. “As mulheres são merecedoras de todas as homenagens, mas, mais do que isso, nossa intenção com estas discussões é contribuir para mudanças reais, algo que vá muito além de um dia e que possa nos trazer, a curto, médio e longo prazo, conquistas significativas na questão da equidade de gênero”, concluiu Suchodolski.

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