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ABDE promove discussão sobre os desafios e soluções para o financiamento à biodiversidade 

20 de novembro de 2021


Diante as mudanças climáticas que impactam todo o planeta, é fundamental desenvolver novos instrumentos para o financiamento à biodiversidade brasileira. Este foi o tema foi discutido nesta sexta-feira (19), em um webinar realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). 
Com um dos ecossistemas mais diversos do planeta, o Brasil está no centro da discussão mundial sobre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente e conselheira do CEBRI, Izabella Teixeira. “Essa década é chamada por muitos de década da transformação, e a discussão global coloca o Brasil numa centralidade absoluta. Nós temos que entender como reorganizamos essa relação do brasileiro com a natureza. Isso é muito importante e tem a ver com acessar instrumentos de financiamento.”
“A gente vive uma crise colocada por inúmeros relatórios de declínio da biodiversidade em diversos ecossistemas. 75% dos ecossistemas terrestres e 66% do marinho comprometidos pela atividade humana. O setor financeiro pode desempenhar um papel importante, mas o governo precisa pavimentar esse caminho. É importante que a economia coloque a natureza no centro”, destacou Mercedes Bustamante, professora do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora do IPCC, e ainda acrescentou que o planeta necessita de instrumentos de financiamento à biodiversidade para reverter esse cenário de degradação.
Diante desse contexto crítico, o professor do Departamento de Ecologia da UnB e ex-secretário executivo da convenção sobre biodiversidade da ONU, Braulio Dias afirma ser necessário mudar as políticas de incentivos econômicos, subsídios e isenções fiscais que não estejam alinhadas à sustentabilidade. “Temos que ampliar o imposto territorial rural, que é muito baixo, ampliar e monitorar a aplicação do ICMS ecológico nos estados e criar uma lei de incentivo ao meio ambiente, como ocorre em outros países, como EUA, Argentina e Peru. O sistema financeiro deve ampliar as exigências ASG nos empréstimos e investimentos”.
“Estudamos 101 mecanismos que têm potencial de ser aplicados na bioeconomia que já existem. Grande parte desses mecanismos são financiados através de bancos de desenvolvimento e destes 53 já atuam com bioeconomia. O crédito privado ainda é muito pequeno e restrito”, destacou a coordenadora do Projeto Piloto Floresta + Amazônia do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Susan Seehusen.
Sobre o Plano ABDE 2030, que será lançado em março de 2022 e terá ações e propostas concretas para contribuir com o país no cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o presidente da ABDE, Sergio Gusmão Suchodolski afirmou: “Esse seminário se insere no bojo do Plano ABDE 2030, que está em formulação e será entregue aos presidenciáveis em 2022. A proteção do ecossistema é uma tarefa complexa. Portanto, a relevância desse tema para o futuro da humanidade foi reconhecida pela ONU na Agenda 2030, por meio dos ODS.”
Para a ex-ministra Izabella Teixeira, o documento em elaboração está alinhado com as agendas de futuro em discussão no planeta e pode contribuir para a visão de um novo modelo econômico. “O Plano sugerido pela ABDE tem um papel estratégico de oferecer uma nova visão e uma nova plataforma, que junte o Brasil e todos os setores”, ressaltou.

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