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No primeiro dia, Fórum do Desenvolvimento discute o financiamento dos ODS

No primeiro dia, Fórum do Desenvolvimento discute o financiamento dos ODS

16 de março de 2022

A 7ª edição do tradicional Fórum do Desenvolvimento, realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), teve início nesta terça-feira (15), em Brasília. Em formato híbrido, o evento contou com a participação de economistas e representantes de instituições, agências de fomento e bancos de desenvolvimento nacionais e internacionais, que se reuniram com o objetivo de trazer contribuições para o futuro do desenvolvimento sustentável do Brasil.

Durante a abertura do evento, a presidente da ABDE, Jeanette Lontra, destacou o papel fundamental do Sistema Nacional de Fomento e anunciou oficialmente o lançamento do Plano ABDE 2030 para o desenvolvimento sustentável. “O nosso desejo para este evento é contribuir para criação de conexões entre os mais diversos atores, para que possamos, não apenas pensar, mas também trabalhar juntos em estratégias que permitam ao Brasil alcançar um futuro sustentável, inclusivo e inovador”, reforçou.

Na ocasião, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e presidente da Assembleia da ABDE, Gustavo Montezano, reforçou o papel da instituição para o país, que deve ser medido por meio do impacto multidimensional gerado e não exclusivamente pelas métricas financeiras. “Precisamos planejar o futuro tendo em conta esses múltiplos fatores. Soluções que funcionaram por muitas e muitas décadas provavelmente não serão mais as adequadas para trazer o desenvolvimento que nosso país tanto quer e merece”, disse.

A diretora-geral adjunta da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Marie-Hélène Loison, frisou a importância das instituições financeiras para a atração de investimentos no país. De acordo com a Loison, “no ano passado a intermediação financeira respondeu pela maioria dos nossos projetos, com o objetivo estratégico de fortalecer os bancos públicos no Brasil e também os bancos de fomento, que são cruciais para o desenvolvimento sustentável de territórios e economias”.

Além disso, Loison reiterou o relevante trabalho da ABDE com a implementação do Plano 2030. “O trabalho da ABDE estabelece um altíssimo padrão, reunindo todos os atores públicos financeiros e reforçando seu papel na disseminação de boas práticas de desenvolvimento sustentável”, comentou.

Trazendo um panorama do momento atual, Rebeca Grynspan, secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), enfatizou a urgência das ações a serem implementadas. “As instituições de desenvolvimento e finanças têm um papel histórico. Os países em desenvolvimento precisam de mais e melhores financiamentos para passar por esse momento de turbulência”, explicou.

O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, e o vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Ricardo Mourinho, também destacaram o Plano ABDE 2030 para o fortalecimento das instituições de fomento para o desenvolvimento sustentável mundial. “Esse plano, por sua abordagem inovadora, passa a ser referência não só para o Brasil, mas também para outros países”, disse Mourinho.

Silvia Rucks, coordenadora Residente das Nações Unidas no Brasil (ONU Brasil), falou o sobre como a pandemia se tornou um desafio adicional para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A Covid-19 expôs vulnerabilidades e desigualdades no sistema financeiro e na economia global, que requerem uma reforma urgente. O financiamento sustentável desempenha um papel essencial no apoio às economias, com vistas a uma transição para um ambiente econômico que seja justo, de baixo carbono e inclusivo.”

Ela também pontuou que a ONU Brasil encontrou na ABDE uma instituição parceira que reconhece a importância estratégica e fundamental de um sistema financeiro realmente alinhado com os objetivos nacionais e internacionais de desenvolvimento sustentável.

A gerente de Instituições para o Desenvolvimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Susana Cordeiro Guerra, ressaltou que o Brasil está em um momento de colocar a transformação tecnológica e produtiva do país como uma prioridade. “É importante promover a inovação, bem como uma contínua melhoria da capacidade do Estado de executar e mensurar o impacto das suas políticas públicas nas áreas de sustentabilidade, inclusão social e economia digital.”

“Precisamos potencializar o uso das instituições para criar mecanismos financeiros e proporcionar assistência técnica ao governo e ao setor privado. Aqui, vejo um enorme potencial para que com as instituições do Sistema Nacional de Fomento possamos desenhar novos modelos de financiamento, estruturas de blended finance e assim orientar cada vez mais sua atuação para temáticas de produtividade e sustentabilidade”, completou Susana.

Para finalizar, Jorge Arbache, vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), declarou: “Além de vivermos em países em desenvolvimento e conviver no dia a dia com temas como a pobreza e a baixa produtividade, somos confrontados com uma agenda futura, com temas como a Agenda 2030, mudanças climáticas, tecnologia, inovação, agenda política, economia digital, mudanças demográficas e outros diversos temas que já têm e terão ainda mais influência na agenda do desenvolvimento.”

 

Plano ABDE 2030 e as propostas econômicas para 2023

Durante a mesa redonda para apresentação do plano, a presidente da ABDE, Jeanette Lontra, detalhou o projeto e mostrou como o Sistema Nacional de Fomento (SNF) pode promover o financiamento da agenda de desenvolvimento sustentável. Ela reforçou que este é apenas um primeiro passo da caminhada para um futuro mais sustentável.  “O Plano ABDE 2030 está dividido em duas partes: a primeira apresenta o diagnóstico do SNF na Agenda, e a segunda, como o SNF pode acelerar e dar escala à implementação dos ODS no Brasil, guiado por cinco missões”, apresentou.

O presidente da Desenvolve SP e coordenador do Plano ABDE 2030, Sergio Gusmão, reforçou a importância do projeto para um novo ciclo de políticas públicas no Brasil. “Nós vivemos, hoje, um renascimento dos bancos de desenvolvimento”, disse Gusmão.

De acordo com ele, o plano traz exemplos de projetos que devem ser desdobrados em propostas para alcançar resultados promissores nas cinco missões propostas no documento, como a digitalização e preparação das micro, pequenas e médias empresas, o fomento da inovação em bioeconomia e na região Amazônica, o reforço nos padrões produtivos e de consumo sustentável no setor de agronegócio, o poder transformador dos associados da ABDE para as cidades sustentáveis do futuro, e por fim a atenção especial para o desenvolvimento à saúde.

Na sequência, integrantes das equipes dos presidenciáveis foram convidados para apresentar as propostas para o desenvolvimento sustentável nacional com base no Plano ABDE 2030. Durante a apresentação foi debatido o papel das instituições financeiras de desenvolvimentos (IFDs) apoio ao cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, bem como as propostas para atração de investimentos privados e a concessão de créditos de carbono para o futuro do Brasil. Participaram do evento os economistas Guilherme Mello, Nelson Marconi, Zeina Latif e o ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto.

O evento tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e patrocínio da Agência Francesa de Desenvolvimento (Agence Française de Développement –AFD) Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do projeto FiBraS – Finanças Brasileiras Sustentáveis, da Agência Alemã de Cooperação (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ) e do Banco de Brasília (BRB).

Assista o segundo dia do fórum no site www.forumdodesenvolvimento.com.br ou no canal da ABDE no Youtube

 

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