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Finep se prepara para grandes mudanças em 2012

31 de dezembro de 2011

Otimista com o andamento das negociações no Governo Federal para a transformação da Finep em instituição financeira, o presidente Glauco Arbix sinaliza que 2012 será o ano da entidade. Na primeira entrevista do ano, o presidente faz um balanço de sua gestão e adianta algumas metas necessárias para atingir este objetivo. As mudanças envolvem aperfeiçoamento institucional, qualificação e reforço no orçamento, entre outras medidas.

Confira os principais trechos da entrevista que está disponível na íntegra no site da Finep.

Grandes mudanças – Por que este é o ano da Finep? Porque a Finep está vivendo um momento absolutamente especial. Não sei se inédito, na medida em que será objeto de uma sequência de decisões, algumas tomadas no âmbito da própria instituição, outras em escalões e patamares superiores, como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o conjunto do Governo, em especial a Presidência da República. Porque as mudanças que estão colocadas para o país e para a Finep superam em muito o alcance das decisões que nós podemos tomar no âmbito de uma única instituição. O Brasil precisa investir muito mais do que investe em tecnologia e inovação. Não se trata de um acréscimo incremental, que se dá gradativamente a cada ano, mas de um verdadeiro salto de qualidade no volume de recursos para inovação e tecnologia.

Instituição Financeira – O primeiro passo que demos foi definir que tipo de instituição a Finep precisa ser. Hoje, qualquer grande recurso que venha para a Finep, com exceção dos que chegam via Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), precisa entrar via BNDES ou qualquer outra instituição financeira. O investimento que fazemos aparece, dada a nossa situação estrutural, como algo que não é caracterizado como investimento, mas como apoio ou transferência, portanto ele tem impacto no superávit primário da República. Isso é um limitante enorme, porque ficamos sempre como uma instituição dependente de outras – ou do BNDES, ou da Caixa, ou do Banco do Brasil, ou do próprio MCTI e do FNDCT. É importante que todos tenham essa visão.

A Finep multiplicou muito nos últimos 10 anos os recursos que ela trabalhou e investiu na economia, sejam voltados para empresas, no caso os reembolsáveis e a subvenção, sejam os recursos orientados para as universidades e institutos de pesquisa. É evidente que a Finep viu esses recursos crescerem, mas ao mesmo tempo, se olharmos por outro ângulo, a Finep foi perdendo autonomia para decidir em que lugar, em qual setor, em qual área ela poderia fazer esses investimentos.

Papel da FINEP – A Finep precisa ser a grande candidata à instituição que executará este plano. Ela precisa se transformar, antes de mais nada, naquilo que não é – uma instituição financeira com normas e procedimentos claros, funções segregadas,  um plano de trabalho de médio e longo prazo, com recursos estáveis e autonomia para decidir e definir onde alocar os seus investimentos. Estamos muito preparados em alguns setores para algumas atividades, mas vivemos em várias áreas e segmentos um despreparo que é normal em uma entidade que não está definida para ser a principal agência que investe e responde por R$ 40 bilhões. A Finep precisa ser imprescindível.

Ela precisa mostrar a cada momento que merece a confiança do governo para atuar como a mais importante instituição de apoio à tecnologia do país. Precisamos provar a cada minuto que temos condições de trabalhar esses recursos e que somos a instituição mais bem equipada para isso. A Finep precisa impulsionar a competitividade e a produtividade da economia, assim como a qualidade da nossa pesquisa e ciência.

Próximos passos – Em 2011, apresentamos nossa proposta de transformação da Finep em uma agência de fomento, uma das tipologias definidas pelo Banco Central, a partir de um estudo realizado pela Ernst & Young, empresa das mais conceituadas do mundo nesta área. É o modelo que mais flexibilidade tem para que a Finep possa operar o crédito, o não reembolsável e o investimento.

A elevação do padrão de qualidade do que fazemos permitirá também que participemos cada vez mais da definição do investimento do FNDCT, via sua governança e o debate no interior do MCTI.  Com a transformação da Finep em uma agência de fomento, criaremos condições para construir uma gestora de recursos, de fundos de investimento. Essa é uma ideia chave, porque aumentará as possibilidades de combinarmos os instrumentos atuais e potencializar os recursos públicos que gerimos.

O movimento deflagrado em 2011 para atribuir um novo estatuto à Finep deverá ser concluído em três anos. Nossas propostas já foram discutidas com o Banco Central e com o Ministério da Fazenda. Agora os ministros deverão se reunir e tomar a decisão final para que esta posição seja levada à Presidência da República.

 

Foto: João Luiz Ribeiro

Fonte: Assessoria de Comunicação/ Finep

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