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SNF contraria a tendência do mercado de crédito

28 de fevereiro de 2013

O desempenho dos bancos de desenvolvimento e agências de fomento, formadores do Sistema Nacional de Fomento, contraria o cenário traçado pelos dados do mercado de crédito em janeiro, divulgados pelo Banco Central, ao indicar uma situação similar ao observado em 2012, quando o tomador se mostrou mais tímido. Para o superintendente da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE), a estrutura atual do crédito deixa margem para a expansão da modalidade de longo prazo em detrimento do curto prazo, impactando positivamente as carteiras de crédito dos associados, que revelam números surpreendentes no primeiro bimestre.

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), por exemplo, cresceu a carteira de crédito em torno de 35% no primeiro bimestre de 2013. O diretor de Operações, Tecnologia e Gestão Corporativa do BDMG, João Antônio Fleury, afirma que as expectativas de crescimento da carteira são as melhores possíveis. “O banco fechou o ano de 2012 com um volume de desembolsos em torno de R$ 1,5 bilhão. A meta é aumentar 25%  este ano”, salienta.

Apesar de atuar em vários segmentos, o BDMG intensificará os financiamentos às micro e pequenas empresas. No ano passado, os desembolsos para as MPEs chegaram a R$ 326 milhões – um crescimento de 56% se comparado a 2011. Para cumprir a meta de 2013, as operações com MPEs serão reforçadas com recursos provenientes da emissão de R$ 350 milhões em letras financeiras, concluída em 2012, quando também o Banco conquistou o grau de investimento com perspectiva estável por duas das mais conceituadas agências de classificação internacional: Standard & Poors e a Moody’s.

As perspectivas positivas também rodam a Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AgeRio), que projeta em mais de 100% o crescimento de sua carteira de crédito este ano. A meta é atingir R$ 260 milhões em desembolsos. O presidente da AgeRio, José Domingos Vargas, aponta a implantação de investimentos privados de grande porte e empreendimentos de vulto na área de infraestrutura como constatação de efervescência empresarial e, consequentemente, de um crescimento na demanda por crédito.

Nem mesmo uma possível alteração na Selic provocada pelo Governo para conter a pressão inflacionária, conforme indicação do Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião do último dia 6, poderá frustrar as expectativas da AgeRio. De acordo com  Domingos Vargas, foi elaborado um planejamento com as variáveis de mercado, inclusive a possibilidade de incerteza quanto ao comportamento da Selic, estabelecendo ações de sustentação mercadológica nos diversos cenários possíveis para 2013.

“Acreditamos na eficiência do planejamento realizado. Estamos convictos que não seremos surpreendidos, do ponto de vista de condução da política de captação, quanto aos rumos estratégicos traçados para o nosso desempenho operacional”, ressalta Vargas.

No sul, o cenário também é tão positivo, que a meta anual estabelecida no Planejamento Estratégico da Agência de Fomento do Rio Grande do Sul (Badesul), de R$ 670 milhões em liberações, já está defasada. Os desembolsos de janeiro e fevereiro superaram os R$ 220 milhões, frente aos R$ 84 milhões registrados no mesmo período em 2012. “Dado o desempenho acelerado no início do ano, espera-se que o crescimento da carteira de crédito atinja níveis equivalentes aos de 2012, quando foram desembolsados R$ 1 bilhão”, informa o presidente da Badesul, Marcelo de Carvalho Lopes. 

Em janeiro, a instituição ficou em segundo lugar no mercado gaúcho em relação aos repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que contabilizaram R$ 83 milhões, contra os R$ 51 milhões de janeiro de 2012. Ao todo, o Badesul aprovou R$ 2,1 bilhões em operações de crédito no ano passado, registrando um crescimento de 104% nos desembolsos, que alcançaram o valor de R$ 1 bilhão, contra os R$ 496,5 milhões efetuados em 2011, e de 62% em relação ao recorde anterior de R$ 618,4 milhões, alcançado em 2010.

Reforçando o time que integra o Sistema Nacional de Fomento, a Agência de Fomento da Bahia (Desenbahia) também não acredita que o mercado de crédito evoluirá em um ritmo mais lento. Pelo contrário. O diretor de Negócios da Desenbahia, Vitor Lopes, aposta na expansão do financiamento de longo prazo em patamar superior ao de 2012, baseado no cenário de recuperação da economia brasileira, com crescimento estimado pelo mercado em torno de 3%, e o crescimento da demanda por crédito para projetos de infraestrutura.

A Desenbahia pretende liberar R$ 553 milhões em créditos. “Projetamos um crescimento acima de 30% da nossa carteira de crédito para 2013”, revela o diretor. No primeiro bimestre, os desembolsos da Desenbahia alcançaram R$ 44,2 milhões, o que representou um incremento de 17,1% em relação ao mesmo período de 2012.

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