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Política Monetária e Operações de Crédito do SFN

28 de fevereiro de 2013

I – Operações de crédito do sistema financeiro

O saldo total de crédito do sistema financeiro alcançou R$2.384 bilhões em fevereiro, após expansões de 0,7% no mês e de 16,8% em doze meses. O resultado mensal refletiu a maior demanda de recursos por parte das empresas, cujas operações registraram crescimento de 0,9%, ao passo que os empréstimos destinados às famílias assinalaram incremento de 0,5%. A relação crédito/PIB manteve-se estável relativamente ao mês anterior em 53,4%, comparativamente a 48,8% em fevereiro de 2012.

As concessões de crédito, que correspondem aos desembolsos realizados no mês, somaram R$254 bilhões em fevereiro, consideradas as operações com recursos livres e direcionados, com redução de 5,1% justificada pelo número menor de dias úteis, quatro a menos que em janeiro. As concessões a pessoas físicas recuaram 7,9%, sobressaindo as reduções observadas nas modalidades de cartão de crédito à vista e aquisição de veículos, ao passo que, nos créditos às empresas, o declínio de 2,1% decorreu, sobretudo, de menores desembolsos relativos a financiamentos para investimento com recursos do BNDES.

O saldo dos empréstimos com recursos livres situou-se em R$1.395 bilhões em fevereiro, após elevações de 0,5% no mês e 12,8% em doze meses. A variação mensal resultou do acréscimo de 1% nas operações com pessoas jurídicas, saldo de R$698 bilhões, e da retração de 0,1% no estoque de recursos contratados pelas pessoas físicas, que totalizaram R$697 bilhões. No segmento empresarial, destacaram-se os crescimentos referentes a financiamento a exportações e conta garantida, enquanto nos empréstimos às famílias, o aumento no saldo de crédito pessoal foi contrabalançado pela redução no total de crédito rotativo.

O crédito direcionado alcançou saldo total de R$989 bilhões em fevereiro, após aumentos de 1,1% no mês e 22,9% em doze meses. Esse desempenho resultou de acréscimos mensais respectivos de 1,7% e 0,8% nos financiamentos a pessoas físicas e a pessoas jurídicas, cujas carteiras atingiram R$396,3 bilhões e R$592,7 bilhões, nessa ordem. As expansões mais expressivas foram verificadas nos financiamentos imobiliários a pessoas físicas e no crédito rural a pessoas jurídicas.

I.1 – Taxas de juros e inadimplência

A taxa média geral de juros das operações de crédito do sistema financeiro, computados os saldos com recursos livres e direcionados, situou-se em 18,7% a.a, ao registrar elevação de 0,1 p.p. em fevereiro e redução de 5,1 p.p no acumulado em doze meses. A variação mensal foi determinada pelo aumento de 0,2 p.p. no custo médio das operações destinadas às famílias, que alcançou 24,9% a.a, com alta de 0,5 p.p. nos empréstimos com recursos livres, notadamente em crédito pessoal não consignado e cheque especial. A taxa média nos financiamentos a pessoas físicas com recursos direcionados permaneceu estável em 6,6% a.a.

No segmento corporativo, a taxa média de juros não apresentou variação em fevereiro, situando-se em 14% a.a, com diminuição de 4,2 p.p comparativamente a fevereiro de 2012. O custo do crédito para pessoas jurídicas permaneceu estável no mês, tanto nas contratações com recursos livres, quanto naquelas com recursos direcionados, situando-se em 18,9% a.a e 7,6% a.a, respectivamente.

Em decorrência da elevação média no custo de captação do mês, o spread bancário das operações de crédito do sistema financeiro, incluindo recursos livres e direcionados, recuou 0,1 p.p., posicionando-se em 12,1 p.p em fevereiro, com redução de 3,5 p.p em doze meses. A variação mensal refletiu recuos de 0,2 p.p nospread referente ao crédito livre a empresas e de 0,1 p.p. nos financiamentos às famílias com recursos direcionados.

A taxa de inadimplência, referente a operações com atrasos superiores a noventa dias, correspondeu a 3,7% do saldo total dos créditos com recursos livres e direcionados, apresentando-se estável em fevereiro e recuando 0,1 p.p. em doze meses. O resultado mensal foi determinado pela estabilidade nas carteiras de pessoas jurídicas e pela diminuição de 0,1 p.p. no segmento de pessoas físicas, cujos percentuais situaram-se em 2,3% e 5,4%, respectivamente. Nos créditos a pessoas jurídicas, a inadimplência não registrou alteração em fevereiro, permanecendo em 2,2%, o mesmo ocorrendo nos atrasos correspondentes a recursos livres e direcionados deste segmento, com indicadores de 3,7% e 0,5%, respectivamente.

II – Evolução dos agregados monetários

A base monetária registrou saldo médio diário de R$214,9 bilhões em fevereiro, com declínio de 5,2% no mês, resultante das reduções de 2,1% no papel-moeda emitido e 15,3% nas reservas bancárias. Em doze meses, a base monetária cresceu 10,5%.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da emissão monetária, destacaram-se as operações do Tesouro Nacional, contracionistas em R$19,1 bilhões. Em sentido inverso, as operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, foram expansionistas em R$3,8 bilhões, assim como as compras líquidas de divisas no mercado interbancário, em R$3,6 bilhões. No mercado secundário, ocorreram compras líquidas de R$10,7 bilhões, e no mercado primário, colocações líquidas de R$6,9 bilhões.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) somou R$290,5 bilhões em fevereiro, assinalando queda de 3,3% no mês, correspondente aos decréscimos de 2,9% no papel-moeda em poder do público e 3,7% nos depósitos à vista. O crescimento acumulado do M1 em doze meses alcançou 11,2%.

O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1, acrescido dos saldos de poupança e de títulos privados, recuou 0,3% em fevereiro, ao atingir R$1,7 trilhão. Esse resultado refletiu, sobretudo, a queda de 0,8% no saldo de títulos privados, que alcançou R$925 bilhões. Os depósitos de poupança totalizaram R$504,7 bilhões, após captação líquida de R$2,3 bilhões, em contraponto aos resgates líquidos de R$10,5 bilhões em títulos privados.

O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, expandiu-se 0,2% no mês, somando R$3,6 trilhões, observando-se crescimento de 1,2% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que totalizou R$1,7 trilhão. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, apresentou contração de 0,3% em fevereiro e expansão de 12,9% nos últimos doze meses, atingindo R$4,1 trilhões.

Fonte: BC

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