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A obtenção de crédito, um dos mais tradicionais empecilhos para o crescimento de micro e pequenas empresas no Brasil, não precisa mais ser vista como um problema sem solução para os empreendedores do Paraná. O estado vem se consolidando, nos últimos anos, como referência na implantação e administração das chamadas Sociedades de Garantia de Crédito (SGC).

Tradicionais na Europa, as SGC visam a aproximar as empresas de pequeno porte associadas de instituições bancárias, facilitando, com esse contato, a liberação de financiamentos por meio de convênios com agentes financeiros e associações comerciais. As SGC funcionam como avalistas das micro e pequenas empresas nas operações de crédito. As SGC, que fazem parte de um projeto doSebrae Nacional para o país, estão presentes também no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Minas Gerais, mas no Paraná encontraram ambiente ideal para se desenvolver. Hoje, a região possui três SGC espalhadas em pontos estratégicos, e outras duas sociedades garantidoras em início de operação.

A experiência paranaense teve como inspiração o modelo italiano, que já tem mais de 50 anos e oferece um fundo garantidor, que permite segurança para que as instituições financeiras façam empréstimos às empresas. O coordenador estadual de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae no Paraná, Flávio Locatelli, diz que o formato brasileiro vai além disso e tem foco na orientação.

“Não fornecemos apenas garantia, mas também o que chamamos de crédito orientado aos empreendedores do Paraná, ou seja, damos assistência para que os interessados em crédito empresarial identifiquem se realmente precisam do empréstimo e acompanhamos as empresas para que façam o devido proveito, evitando que o crédito se transforme em dívida”. Juntas, a Noroeste Garantias, instalada em Maringá, a Garantioeste, com sede em Toledo, e a Garantisudoeste, em Francisco Beltrão, acumulam mais 719 empresas associadas, o que representa 54% do total de empreendedores atendidos por SGC em todo o país. A demanda paranaense tende a crescer com a implantação de mais duas SGC, uma em Guarapuava e outra em Londrina.

Flávio Locatelli atribui os bons números à parceria firmada no estado com a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) e ao convênio com as Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), Agência de Fomento do Paraná (Fomento PR) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que passaram a operar com as SGC paranaenses.

“Nós não conseguiríamos esse bom desempenho sem o apoio das associações comerciais e das instituições financeiras consolidadas hoje no estado. Os dois bancos de desenvolvimento que atuam no Paraná, o BRDE e a Fomento Paraná, propiciaram, inclusive, acesso dos empresários a recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para micro e pequenas empresas. Isso é um grande diferencial”, lembra o coordenador.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias/ ASN