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Webinar discute alternativas para impulsionar investimentos em infraestrutura sustentável

5 de novembro de 2021


Um dos principais desafios das grandes metrópoles mundiais é acelerar a oferta de infraestrutura urbana e social, alinhada com a agenda de futuro e as transformações climáticas que afetam todo o planeta. O webinar “Cidades Sustentáveis: desafios para a ampliação do acesso à infraestrutura social e urbana”, transmitido nesta quinta-feira (4) pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil), discutiu os gargalos e as principais alternativas para ampliar a infraestrutura sustentável dos municípios brasileiros em áreas como mobilidade urbana, transporte e saneamento. O evento faz parte da série de debates que a associação tem realizado para a construção do Plano ABDE 2030 de Desenvolvimento Sustentável. Assista o debate na íntegra no vídeo acima.
“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) continuam sendo o melhor plano da humanidade para encontrar soluções para os maiores desafios. O recurso existe, precisa e pode ser direcionado para impulsionar o desenvolvimento sustentável. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) possui principal interesse de fomentar esse debate”, afirmou o representante Residente Adjunto do PNUD no Brasil, Carlos Arboleda.
A diretora Adjunta para desenvolvimento internacional de mercados da Climate Bonds Initiative (CBI), Thatyanne Gasparotto, citou dados do relatório realizado pelo sobre o potencial de financiamento em infraestrutura dos municípios brasileiros, em parceria com o Governo Federal e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O levantamento aponta o setor de transporte e mobilidade urbana como o mais promissor para os próximos anos.
“Há uma concentração em energia e o segundo setor, tanto global quanto na América Latina, é o setor de transportes. Hoje, o maior potencial em termos de setor é o de transporte e mobilidade urbana. É um setor que se alinha aos ODS e objetivos climáticos e é de grande importância, principalmente para os mercados em desenvolvimento”.
Para a diretora executiva do Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP Brasil), Clarisse Linke, o Brasil tem uma infraestrutura de transporte público cara e limitada. Diante desse cenário, a saída é ampliar os projetos de mobilidade urbana e colocar o setor como discussão central nas grandes cidades.
“Cada vez mais o serviço de transporte é precário e limitado, mas a crise da mobilidade não é de hoje. Nossa frota de automóvel cresceu 280% em 20 anos. Nesse contexto pós-pandemia, precisamos entender como lidar com o estigma anti transporte público. Várias cidades do mundo aproveitaram esse momento para criar novos projetos de infraestrutura cicloviária e para a mobilidade a pé”.
Outro setor que exige investimentos para transformar as cidades é o saneamento básico e a gestão de resíduos sólidos. A diretora presidente do Instituto Iguá, Renata Moraes, apresentou dados que corroboram a necessidade de projetos para o setor: 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e 47% não contam com coleta e tratamento de esgoto. São necessários investimentos de aproximadamente R$ 508 bilhões para universalizar o saneamento no Brasil até 2033.
“Na Iguá, nós temos uma visão muito clara da correlação do saneamento, desenvolvimento sócio econômico e desigualdade social. O saneamento não significa simplesmente fornecer água, coletar e tratar esgoto. Mas você está levando, de fato, saúde e progresso”.
Diante de todos esses desafios para ampliar a infraestrutura social e urbana por todo o país, o gerente de Desenvolvimento Urbano do WRI Brasil, Henrique Evers ressaltou a importância de focar em projetos verdes e climáticos e que estejam alinhados com a agenda global de desenvolvimento.
“No Brasil, temos um desafio muito especial que é buscar essa junção entre solucionar o passivo histórico de infraestrutura e as desigualdades, sem esquecer de alinhar tudo isso a uma visão de desenvolvimento urbano de cidades. Temos que saber qual o tipo de cidade a gente quer para o Brasil”.
 
Plano ABDE 2030
O Plano ABDE 2030 será lançado em março de 2022, durante o Fórum do Desenvolvimento, e terá ações e propostas concretas para contribuir com o país no cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O Plano será entregue às principais lideranças políticas do país, incluindo presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, de órgãos de controle, governadores e aos presidenciáveis.
“O Plano ABDE 2030 estará em sintonia com o Acordo de Paris e é a nossa contribuição para o debate nacional sobre como implementar o financiamento aos ODS”, afirmou a presidente do BRDE e diretora da ABDE, Leany Lemos.
Na próxima quarta-feira (10), durante a COP26, a ABDE promove o webinar “O papel do Instituições Financeiras de Desenvolvimento na mobilização de recursos para meta de Carbono Zero”. No dia 19, o tema será “Financiamento a Biodiversidade”.

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