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Lideranças nacionais e estaduais defendem mais crédito para destravar potencial produtivo do Nordeste

Lideranças nacionais e estaduais defendem mais crédito para destravar potencial produtivo do Nordeste

18 de setembro de 2025

Durante o fórum realizado pela ABDE no Recife (PE), setores como agroindústria, inovação e infraestrutura foram temas centrais

Representantes do segmento empresarial, do setor público e de instituições financeiras defenderam o aumento dos investimentos, a ampliação do crédito e o fortalecimento das parcerias público-privadas como caminhos para transformar o potencial produtivo do Nordeste em crescimento sustentável e inclusão social. O debate, promovido nesta quarta-feira (17), durante o Fórum Debate ABDE – Nordeste: Oportunidades de Investimentos e Desafios Regionais, ocorreu no Recife (PE), na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PE), em parceria com a Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan).

Durante o primeiro painel , o moderador Paulo Costa, diretor-presidente da Desenbahia, destacou o papel estratégico da agroindústria para o crescimento da região. “Podemos destacar que o setor da agroindústria é cada vez mais inovador, eficiente e comprometido com a sustentabilidade”, afirmou. “Deveríamos investir mais ou menos 20% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil. Hoje estamos perto de 16%, 17%, o que é pouco em relação a quem cresce muito e a gente precisa crescer. O desenvolvimento tem como condição necessária a realização de investimentos”, completou.

A presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Fátima Torres, reforçou o protagonismo da agricultura familiar no Nordeste. “A agricultura familiar está pronta, tem buscado se organizar através das redes de cooperativa e temos o exemplo da Unicafes Bahia, que tem buscado apoio e investimento e tem dado resposta em termos de desenvolvimento de produtos, de geração de trabalho e renda e também de inclusão social, principalmente da juventude e das mulheres no trabalho”, destacou.

Na parte da tarde, a discussão sobre inovação foi marcada pela fala do diretor de Inovação da Finep, Elias Ramos de Souza, que destacou a necessidade de criar um ambiente favorável ao avanço tecnológico no país. “Precisamos ter uma base. Fortalecer a educação, fortalecer as universidades, criar parques tecnológicos mesmo no Norte do país”, disse.

Ele também citou exemplos de iniciativas que já estão em curso. “É verdade que nós temos poucas deep techs ainda aqui do Nordeste, mas já estão surgindo algumas. O ‘barco voador’, por exemplo, é uma deep tech na qual apostamos: um projeto de jovens do Amazonas que foram fazer mestrado no ITA e voltaram com a proposta de desenvolver um barco para enfrentar a dificuldade de transporte no Rio Amazonas, utilizando o efeito solo. É um projeto de sucesso”, completou, ao informar que há vários investidores interessados em financiar a iniciativa.

Encerrando a programação, a mesa dedicada ao varejo, turismo e infraestrutura foi moderada por Márcia Maia, diretora-presidente da Desenvolve RN. “Esse é um tema bastante relevante para o desenvolvimento sustentável na nossa região Nordeste. A proposta desse painel é abrir um diálogo de forma colaborativa, um diálogo também prático e com resultados, no sentido de que possamos sair daqui com ideias que contribuam para proporcionar um desenvolvimento econômico, social e inclusivo ainda mais forte para o Nordeste”, afirmou.

Durante a mesa, o diretor da Caixa, Jean Benevides, enfatizou o papel das parcerias público-privadas (PPPs) na modernização da infraestrutura. “Sem o setor privado e sem a parceria público-privada, a gente não tem condição de sequer recuperar a infraestrutura que o Brasil precisa, quanto mais construir as novas infraestruturas necessárias para o desenvolvimento. Não temos como fugir desse modelo”, ressaltou. Segundo ele, já foram estruturadas 88 PPPs na região, sendo 36 delas em iluminação pública, com investimento privado de R$ 1,5 bilhão, atendendo 7 milhões de habitantes.

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