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“A valorização econômica dos recursos da floresta amazônica é fundamental para sua própria conservação e o caminho para isso é o investimento em tecnologia”, afirmou Carlos Nobre durante a primeira edição de 2012 do Debate Finep, nesta terça (06/03), na sede da Financiadora, com o tema “Amazônia e Sustentabilidade: o papel da C,T&I”.

Titular da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Nobre falou sobre os desafios para o desenvolvimento da região. Segundo ele, a Amazônia necessita urgentemente de uma revolução científica e tecnológica, de uma economia de base florestal e de uma rede de instituições de ensino superior e de pesquisa em recursos florestais, aquáticos e serviços dos ecossistemas, de forma a aproveitar a diversidade e as potencialidades regionais.

“Pode-se quadruplicar a produtividade pecuária na região, por exemplo, com uso de tecnologias avançadas, sem avanço de desmatamento e de maneira sustentável”, disse Nobre. De acordo com o pesquisador, mesmo com pouquíssimo impulso tecnológico inovador, é possível realizar uma revolução em algumas cadeias produtivas de alto potencial. Um dos melhores exemplos é o açaí: alimento estritamente regional até há pouco mais de uma década, virou moda entre surfistas no Rio e no Nordeste. E foram dois praticantes do surfe, californianos de férias no Brasil, que conheceram a fruta e a levaram para os EUA. Em poucos anos, mais de dezesseis produtos derivados estavam no mercado mundial. “Hoje, o açaí tem aproximadamente a mesma rentabilidade do que toda a madeira extraída da Amazônia e se transformou num produto com valor agregado, com benefício para a população local e sem degradação ambiental”, disse Nobre.

O presidente da Finep, Glauco Arbix, ao abrir o debate, ressaltou a relevância do contexto da palestra, devido à proximidade da Rio +20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), a ser realizada em junho, da qual a financiadora vai participar ativamente: “O evento vai nos mobilizar no sentido de recuperar competências na área de sustentabilidade, ponto chave para o futuro do Brasil”, disse Arbix.

Maurício França, superintendente da área de Tecnologia para o Desenvolvimento Social da Finep, participou como debatedor e afirmou que são correntes dentro da instituição as discussões sobre como atingir o desenvolvimento tendo o bem-estar social no centro das questões. “A mobilização em torno das cadeias produtivas do açaí, da castanha do Brasil e do bacuri, por exemplo, tem tido um imenso impacto positivo nas comunidades relacionadas”, afirmou.

O objetivo da série Debate Finep é criar um espaço aberto e permanente de debate entre a Financiadora de Estudos e Projetos e a sociedade, para subsidiar a construção de ações de apoio à inovação de forma democrática, transparente e eficiente. Participam dos debates interlocutores internos e externos à instituição, que contribuam para o acúmulo de conhecimento sobre políticas de fomento a C,T&I – Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte: Assessoria de Comunicação/Finep