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Finep criará linha de crédito permanente para P&D

31 de dezembro de 2011

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) criará um programa de crédito permanente para ajudar empresas a manter investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Segundo o presidente da agência, Glauco Arbix, a ideia é trocar a lógica de apoio isolado a projetos por uma espécie de crédito pré-aprovado para um suporte financeiro à inovação.

Cada operação da conta Inova Brasil P&D poderá chegar a R$ 200 milhões. O programa, que deverá ser lançado nos próximos dias, foi apresentado na terça-feira à diretoria da Finep. A financiadora quer alcançar mais companhias de grande porte com um instrumento concreto para convencê-las a manter e ampliar os aportes em inovação e competitividade, diretriz do Plano Brasil Maior, sobretudo em meio à crise internacional.

Empresas como Embraer, Vale, Fibria, IBM, Totvs, Petrobras e Braskem figuram entre os tomadores recorrentes da Finep, mas a agência tem de avaliar cada projeto. Segundo Arbix, o programa foi desenhado para as companhias que investem em P&D de forma sistemática. A empresa poderá obter uma linha de crédito de três a cinco anos. No primeiro, receberá o equivalente à média do que aplicou em P&D nos últimos dois anos. Se cumprir os projetos, terá 10% a mais no ano seguinte.

As interessadas poderão aumentar o limite de crédito em 5% cada vez que cumprirem uma das exigências criadas pela Finep para incentivar indicadores como: aumento da média de escolaridade dos funcionários, internalização de processos de tecnologia e engenharia, contratação de mestres e doutores, inclusão de pequenas empresas de base tecnológica entre os fornecedores e parceria com instituições científicas.

“Se cumprir todos esses itens, a empresa poderá transformar 135% do seu investimento em inovação em crédito automático. Além de reduzir a burocracia da análise de cada projeto, esse programa dá impulso concreto à formação de um grupo de empresas que investe regularmente em P&D, a grande dificuldade do Brasil. O investimento em inovação ainda é muito intermitente”, afirmou Arbix, em entrevista ao Estado.

Reforço

Os recursos repassados pela Finep virão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), pelo qual o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece taxas de 4% ao ano com subsídio do Tesouro Nacional, como já tem sido feito pela instituição para aumentar os desembolsos desde o ano passado.

Em 2011, a Finep acumulou uma carteira de R$ 9 bilhões em diferentes fases de tramitação, da qual quase R$ 3 bilhões foram contratados. As liberações alcançaram R$ 1,87 bilhão, 56% acima do desembolso de 2010, com a redução de quase dois terços do tempo médio de análise dos projetos. No fim do ano, a Fazenda aprovou a liberação de novo repasse de R$ 2 bilhões do BNDES/PSI para a Finep, que espera receber mais R$ 3 bilhões neste ano.

Arbix conduz o processo de transformação da Finep numa agência de fomento com status de instituição financeira e gestora de recursos em cinco anos, tentando prepará-la para a demanda das grandes empresas. A carteira atual de R$ 6 bilhões pode superar R$ 10 bilhões neste ano.

Fonte: Ministério do Planejamento

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