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Finep apoia projeto inovador para conjuntos habitacionais

31 de dezembro de 2012

Uma reforma nos conjuntos habitacionais construídos pelo governo federal acaba de ser proposta, mas ainda não estamos falando de cimento e tijolos. A mudança é no olhar sobre a forma de planejar habitações de interesse social (HIS). Um projeto apoiado pela Finep oferece novos modelos que juntam sustentabilidade a integração de espaços, acolhendo conceitos arraigados nas comunidades alvo, como a construção de “puxadinhos” e o uso de vielas para locomoção.

Tudo começou com uma chamada pública lançada pela Finep em 2010 para formar uma rede de pesquisadores de universidades públicas para estudar novas políticas, métodos construtivos e tipos arquitetônicos para HIS, com incorporação de tecnologia social, visando à elaboração de novos parâmetros e conceitos para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Um dos grupos selecionados pertence ao Ippur – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ. A ele coube a tarefa de elaborar projetos de arquitetura alternativos ao modo tradicional de conceituar, projetar e construir as HIS.

O resultado foram 11 novos tipos de habitações com muitos diferenciais. Um deles é a flexibilidade para contemplar apartamentos de um a quatro quartos, com construções que permitem rearranjo dos layouts e expansão controlada das unidades – ou seja, o “puxadinho” foi integrado, mas de forma a não descaracterizar o projeto.

Outra novidade é a proposta de uso misto das edificações, juntando o lado residencial à prestação de serviços. Pensando nisso, foram criados pilotis nos prédios para agregar espaços de comércio e lazer às construções.

Circulações verticais e horizontais de uso público também foram contempladas, melhorando a mobilidade na área.

A maior parte dos projetos para o MCMV é de habitações unifamiliares de dois quartos, cujas maiores críticas são a massificação das construções, resultando no que parece uma “plantação de casas”, com residências uma ao lado da outra, e o consequente mal aproveitamento da infraestrutura urbana –  diz Verônica Natividade, arquiteta da equipe IPPUR/UFRJ da Rede Morar TS.

Ela conta ainda que o modelo do MCMV impossibilita eventuais expansões e não considera a diversidade da composição das famílias que ocuparão o imóvel.

Nessa pesquisa, procuramos responder a essas questões, dando às HIS um papel ampliado que vá além do fornecimento do abrigo. Sobre os aspectos arquitetônicos, partimos da hipótese de que as HIS pudessem ter um papel relevante na organização espacial do lugar onde fossem implantadas ou que atuassem como instrumento de reorganização espacial em assentamentos informais já consolidados – explica Verônica.

Para resolver as questões ligadas ao processo de construção em si, o projeto do Ippur propõe o uso de componentes pré-fabricados. Além do ganho em agilidade, haveria uma aproximação entre o projetista, o construtor e o usuário, graças à flexibilização do programa arquitetônico, permitindo, inclusive, que o usuário participe da construção de sua moradia.No plano feito, foi considerada a montagem de uma fábrica dos painéis de fachada dentro da própria comunidade. Assim, o morador poderia encomendar seus painéis se quisesse modificar o apartamento. Além da apropriação da concepção de sua moradia, a fábrica promoveria a transferência tecnológica e capacitação e mão-de-obra.  “Ao dar acesso a essas duas etapas do processo, a população passa a ser protagonista da produção das HIS, e não agente passivo diante de programas rígidos e, por vezes, distantes das reais necessidades e expectativas daqueles para quem as habitações são construídas”, afirma Verônica.

Fonte: Assessoria de Comunicação/ Finep

Ilustração: Labhabts/UFRJ

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