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Copom divulga ata

31 de dezembro de 2014

O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (29/01) a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), referente à reunião da semana passada, quando decidiu aumentar a taxa de juros em 0,5 p.p. para 12,25% a.a. sem viés.

O tom do documento foi mais duro do que o da ata anterior, enfatizando a desaceleração da atividade econômica, que registrará recuperação mais lenta do que esperada previamente. Ressaltou, também, a importância da confiança dos agentes econômicos em relação à política fiscal e do cumprimento da meta estabelecida pelo governo – aliados para a redução nas pressões inflacionárias. Finalmente, o documento apontou a importância da convergência da inflação ao centro da meta, indicando que a probabilidade dessa convergência ocorrer em 2016 é crescente.

Adicionalmente, a ata trouxe importante aumento da projeção dos preços administrados em 2015. Atualmente, projeta-se variação de 9,3% (contra projeção de 6,0% na última reunião) e enfatizou a potencialidade da transmissão da volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional para a economia doméstica, principalmente devido às cadeias produtivas.

Mudança importante ocorreu no parágrafo 23 do documento, que trata da atividade econômica. De acordo com o comitê, a atividade econômica tende a se fortalecer num horizonte de prazo maior.

“O Copom pondera que as taxas de crescimento da absorção interna e do PIB se alinharam e que o ritmo de expansão da atividade doméstica este ano será inferior ao potencial. Para o Comitê, o ritmo de atividade tende a se intensificar na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortaleça. Além disso, o Comitê avalia que, no médio prazo, mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada. O consumo tende a crescer em ritmo moderado; e os investimentos tendem a ganhar impulso. Essas mudanças, somadas a outras ora em curso, antecipam uma composição do crescimento de médio prazo mais favorável ao crescimento potencial. No que se refere ao componente externo da demanda agregada, o cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, milita no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. Pelo lado da oferta, o Comitê avalia que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria, e também da agropecuária; o setor de serviços, por sua vez, tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes. Para o Comitê, é plausível afirmar que esses desenvolvimentos – somados a avanços na qualificação da mão de obra e ao programa de concessão de serviços públicos – traduzir-se-ão numa alocação mais eficiente dos fatores de produção da economia e em ganhos de produtividade.”

Adicionalmente, o documento pondera que a política fiscal poderá contribuir para conter os avanços inflacionários, apontando, também para a possibilidade de cumprimento da meta de superávit primário gere aumento da confiança dos agentes econômicos nesse sentido.

“O Copom observa que o cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais. O Comitê pondera que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade, e não descarta a hipótese de migração para a zona de contenção. O Comitê nota ainda que a geração de superávit primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação contribuirá para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo. Destaca, também, que essa trajetória de superávit primários fortalecerá a percepção de sustentabilidade do balanço do setor público. Assim, contribui para diminuir o custo de financiamento da dívida pública, com repercussões favoráveis sobre o custo de capital de modo geral, em última instância, estimulando o investimento privado no médio e no longo prazo. Especificamente sobre o combate a inflação, o Comitê destaca que a literatura e as melhores práticas internacionais recomendam um desenho de política fiscal consistente e sustentável, de modo a permitir que as ações de política monetária sejam plenamente transmitidas aos preços.”.


Fonte: BC/Com Equipe ABDE

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