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Conferência no RJ renova o debate sobre o território

31 de agosto de 2012

A Conferência Estadual de Desenvolvimento Regional no Rio de Janeiro, que aconteceu nessa semana, ressaltou a importância de pensar o estado e a região Sudeste a partir do território. O evento, no Auditório Arino Ramos Ferreira do Edifício Sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), começou às 10h da segunda-feira (17/09) e reuniu mais de 200 pessoas. Até a quarta-feira, dia 19, o público inscrito de aproximadamente 600 pessoas vai propor os princípios e diretrizes do estado para a Política Nacional de Desenvolvimento Regional.

A Conferência foi aberta por Pedro Motta Lima Cascon, secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca. Ele destacou a importância de um dos quatro eixos de debate, o primeiro deles, Governança, Participação Social e Diálogo Federativo. “Esse eixo é estruturante para todo o processo de planejamento que pretendemos ver avançar”, declarou. Guilherme Narciso de Lacerda, diretor do BNDES, lembrou que o banco tem interesse em valorizar a fortalecer essa referência espacial dentro das políticas de desenvolvimento.

 “Temos uma série de programas e linhas que valorizam essa questão regional. E esperamos que, a partir deste debate, cheguemos a uma reflexão conjunta para levar ao debate macrorregional e depois nacional, dando o alinhamento adequado às políticas públicas”, afirmou.

Marcelo Neri, presidente do Ipea, apresentou alguns números que comprovam a evolução brasileira, do ponto de vista regional, nos últimos 10 anos. “A renda do Nordeste, a região mais pobre, cresceu 42%, enquanto no Sudeste esse aumento foi de 16%. A busca é pelo desenvolvimento inclusivo e sustentável, e os adjetivos são importantes para frisar o modelo que queremos”, disse. Ele citou que a conferência, fruto da parceria entre o Ipea e o Ministério da Integração Nacional, é algo raro no estado. “No Rio de Janeiro, não temos tido, historicamente, o hábito de olhar para nossa terra. Não nos acostumamos a olhar para problemas locais e regionais com força. Temos a tradição de olhar o Brasil”, explicou.

Segundo Neri, essa realidade vem mudando, e soluções locais, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), ganharam “vocação de exportação” para outros estados. O presidente do Ipea afirmou que a divulgação da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), na próxima sexta-feira, dia 21, deve trazer boas notícias sobre os progressos sociais do Brasil entre 2001 e 2011. “Na área social, estamos assistindo a novidades. Gosto de chamar de ‘novo federalismo social’, em que estados e municípios aliam-se ao governo federal em sua atuação.”

Dívidas históricas – O representante do Ministério da Integração Nacional na mesa de abertura, Sérgio Duarte de Castro, secretário de Desenvolvimento Regional, reiterou as disparidades na distribuição da riqueza e das estruturas produtivas no Brasil. “Temos duas grandes dívidas históricas: as desigualdades sociais e regionais. Desde a Constituição de 1988, começamos a enfrentar mais ativamente a dívida social”, afirmou.

De acordo com o secretário, o Brasil é um dos poucos países que vive um momento de desconcentração, contrariando a tendência mundial. “Vivemos um momento crítico. Dados econômicos mostram que o surto de crescimento com expansão do mercado interno dá sinais de esgotamento. Precisamos criar condições de competitividade, criando estrutura produtiva nos espaços menos desenvolvidos, como alavanca para o desenvolvimento com equidade social”, acrescentou.

A mesa de abertura contou, ainda, com representantes da Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (Famerj), da Associação Nacional de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (Anpur), do Sebrae e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A conferência no Rio de Janeiro homenageia Lysia Bernardes, geógrafa, pesquisadora e professora que se dedicou a pensar o planejamento com foco regional.

Fonte: Assessoria de Comunicação/Ipea

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