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Com recursos da Finep, MCTI quer fortalecer Maranhão como polo estratégico do programa espacial brasileiro

6 de fevereiro de 2025

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Finep e demais parceiros, tem investido no fortalecimento do Maranhão como um polo estratégico do Programa Espacial Brasileiro, a partir da base de Alcântara. Como parte desse trabalho, a ministra do MCTI, Luciana Santos, visitou o estado, nesta quinta-feira (23), onde pôde conhecer o Laboratório de Propulsão Aeroespacial (Acrux Aerospace), da empresa ACRUX, que fica na Universidade Federal do Maranhão. Acompanharam a ministra o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o reitor da UFMA, Fernando Carvalho Silva, entre outras autoridades.

O espaço está desenvolvendo o projeto do Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP), contratado pela Finep, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, junto consórcio liderado pela empresa AKAER, que inclui a empresa ACRUX, responsável pelo desenvolvimento dos motores foguetes S-30 (1º e 2º estágio) e S-18 (3º estágio). Para o carregamento destes motores foguetes, será construída uma fábrica de propelentes, em área comprada pela empresa, na ilha de São Luís.

“Estamos anunciando R$ 30 milhões para a construção dessa fábrica de propelentes. Essa iniciativa será associada a projetos de veículos lançadores de pequeno porte, uma tecnologia que o Brasil ainda não domina completamente. Até 2026, o Brasil, pela primeira vez, não precisará mais lançar satélites fora do país. Isso é histórico, representa soberania nacional”, destacou a ministra.

Luciana Santos também comemorou o anúncio, que promete trazer desenvolvimento, empregos qualificados e renda para o estado. “Este investimento é fundamental para a indústria nacional e para o Nordeste. Com isso, também enfrentamos a assimetria regional”, acrescentou.

O governador Carlos Brandão ressaltou que o Maranhão possui uma vantagem estratégica para se tornar uma potência na área espacial.

“Temos a localização privilegiada. Alcântara está a apenas dois graus abaixo da linha do Equador, o que reduz em 30% o custo de lançamento de foguetes, devido à economia de combustível”, explicou. “Essa característica é única no Brasil e se soma à expansão do cabeamento da Infovia, que chegará à Base de Alcântara, melhorando a conectividade da região”, completou.

O investimento total no projeto VLPP no Maranhão é de R$ 30 milhões, com os recursos provenientes do FNDCT. Além do VLPP liderado pela AKAER, o programa conta com outros dois projetos de veículos lançadores, também contratados pela Finep e em fase de desenvolvimento: um segundo VLPP, coordenado por um consórcio liderado pela empresa CENIC, e o veículo R.A.T.O (Rocket Assisted Take Off), que tem como objetivo transportar o veículo hipersônico 14-X até a atmosfera, atingindo altitudes de até 30 quilômetros.

Os dois VLPPs e o RATO serão lançados de Alcantara até o final de 2026, segundo os prazos contratuais. No total, são investimentos de R$ 486,8 milhões nos três projetos.

Centro de Pesquisas Espaciais

O MCTI tem estudado a criação de um Centro de Pesquisas Espaciais no Maranhão, com foco no desenvolvimento de veículos lançadores e satélites. O projeto, que contará com recursos do FNDCT, está alinhado às diretrizes do Ministério, de fortalecer as vocações regionais em CT&I.

Uma comissão, com participação da Finep, Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e UFMA, terá 90 dias para apresentar uma proposta de financiamento. O centro será integrado ao futuro Parque Tecnológico do Maranhão, cujo edital está em análise final pela Finep, e visa atrair empresas do setor espacial, aproveitando as condições estratégicas do Centro de Lançamento de Alcântara.

Fonte: Ascom/FINEP