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BNDES fará primeiros repasses de recursos do Fundo Rio Doce a agricultores e pescadores
16 de junho de 2025
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fará nas próximas semanas os primeiros repasses de recursos do Fundo Rio Doce, criado para custear ações de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, operada pela Samarco Mineração S.A, ocorrido em novembro de 2015 no Município de Mariana (MG). O aval para as transferências foi dado pelo Comitê Gestor do Fundo Rio Doce em reunião realizada nesta segunda-feira, 9, em que foram previstos desembolsos para 2025 da ordem de R$ 500 milhões para o Programa de Transferência de Renda (PTR) que atenderá pescadores e agricultores e de R$ 28,8 milhões para fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
As primeiras liberações devem ocorrer em julho. Nesta quarta-feira, 12, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou na cidade de Mariana (MG), epicentro do desastre, de Cerimônia de Apresentação dos Avanços do Acordo Rio Doce em Minas Gerais. Também estiveram presentes, a diretora de Crédito Digital para MPME e Gestão do Fundo do Rio Doce do BNDES, Maria Fernanda Coelho, e o superintendente da Área de Enfrentamento de Eventos Extremos e Gestão do Fundo Rio Doce, Gabriel Visconti.
“A liberação dos primeiros recursos do Fundo Rio Doce representa um marco concreto na reconstrução do pacto de confiança com as comunidades atingidas. O BNDES vai atuar com rigor técnico e transparência para que os repasses cheguem de forma eficiente a quem mais precisa, como pescadores, agricultores, povos e comunidades tradicionais. Nosso compromisso é com a justiça socioambiental, com a reparação efetiva e com o desenvolvimento sustentável das regiões impactadas”, afirmou a diretora do BNDES, Maria Fernanda Coelho.
O rompimento da barragem, que integrava um complexo de mineração da Samarco na zona rural de Mariana (MG), ocorreu em novembro de 2015. No episódio, cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos escoaram pelo Rio Doce até atingir a foz no Espírito Santo. Dezenove pessoas morreram e houve impactos para populações de dezenas de municípios mineiros e capixabas.
No ano passado, nove anos após o desastre, foi assinado um novo acordo entre a União, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton, além de instituições de Justiça como o Ministério Público e a Defensoria Pública. Ele busca oferecer soluções definitivas para a reparação dos danos e superar as dificuldades enfrentadas no modelo de reparação anterior.
O novo acordo foi homologado em novembro do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Através dele, a Samarco se comprometeu com repasses adicionais que somam R$ 100 bilhões, com desembolsos parcelados ao longo de 20 anos. Desse montante, R$ 49,1 bilhões devem ser destinados à União e serão aportados no Fundo Rio Doce, cuja gestão está sob a responsabilidade do BNDES. O restante dos recursos diz respeito à atribuição de estados, municípios e instituições de Justiça.
A atuação do BNDES na gestão do Fundo Rio Doce reforça o compromisso da instituição com a justiça socioambiental, a governança pública e a promoção do desenvolvimento sustentável nas regiões impactadas. Os R$ 49,1 bilhões financiarão projetos variados que tratam de questões como transferência de renda, fomento à educação, ciência e inovação, fortalecimento da saúde e assistência social, ações ambientais e reparação da atividade pesqueira, entre outras.
O BNDES administra os valores seguindo as diretrizes do Comitê do Rio Doce, que foi instituído pelo Decreto Federal 12.412/2025. Sua primeira reunião ocorreu no mês passado, quando foi apreciado o estatuto do Fundo Rio Doce e aprovado o regimento interno do Comitê do Rio Doce. O comitê é coordenado pela Casa Civil e composto também pela Secretaria de Relações Institucionais e pela Secretaria-Geral da Presidência, tendo ainda subcomitês temáticos com a participação de outros ministérios. O BNDES participa das reuniões sem direito a voto.
PTR – Conforme fixado no novo acordo de reparação, deverão ser destinados R$ 3,75 bilhões ao Programa de Transferência de Renda (PTR) em um período de 4 anos. Os R$ 500 milhões previstos para 2025 serão repassados pelo BNDES à Caixa Econômica Federal, responsável pela operacionalização do PTR.
Do total a ser desembolsado nesse ano, R$ 200 milhões serão destinados ao PTR-Pesca e vão atender aproximadamente 22 mil pescadores de toda a área atingida no desastre. O programa é acompanhado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Já os outros R$ 300 milhões cabem ao PTR-Rural, que conta com a supervisão do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Nele, serão atendidos cerca de 16 mil agricultores.
O acordo estabelece que os inscritos no PTR receberão mensalmente 1,5 salário-mínimo ao longo de três anos. No quarto e último ano, o valor será de 1 salário-mínimo.
Assistência Social – As ações de fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) serão coordenadas pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Os R$ 28,8 milhões a serem destinados em 2025 é uma parcela dos R$ 576 milhões que deverão ser desembolsados até 2029, conforme estabelece o acordo de reparação.
O BNDES fará os repasses ao Fundo Nacional de Assistência Social, de onde os recursos serão distribuídos para inciativas municipais de fortalecimento do sistema de assistência social.
Outros avanços – Além dos desembolsos já aprovados pelo Comitê Gestor do Fundo Rio Doce, durante a cerimônia ocorrida em Mariana (MG), o presidente Lula e diferentes ministros do governo federal assinaram documentos que marcaram novos avanços relacionados ao acordo de reparação. Entre eles, está a contratação das assessorias técnicas independentes (ATIs), que atuam para garantir a participação informada da população no acompanhamento das ações de reparação. Elas foram escolhidas diretamente pelas famílias atingidas no desastre.
Ao todo, o acordo prevê R$ 698 milhões para custear a contratação das ATIs por três anos e meio, podendo haver uma única prorrogação por seis meses. Durante a cerimônia, o governo federal assinou os primeiros contratos com a Cáritas, que atua na cidade de Mariana (MG), e a AEDAS, que atua em Barra Longa (MG). Caberá ao BNDES fazer o repasse dos recursos, dependendo, porém, do aval prévio do Comitê Gestor do Fundo Rio Doce.
Em seu discurso, o presidente Lula destacou que ações de reparação que, no modelo anterior, estavam a cargo das mineradoras foram assumidas pelo Poder Público. “Nós fizemos um acordo e trouxemos a responsabilidade para as costas do governo. E colocamos o dinheiro para ser administrado pelo BNDES. Portanto, agora, nós não temos mais desculpa. As coisas vão ter que acontecer. Precisamos ter consciência que nós assumimos responsabilidades com vocês”.
Fonte: Ascom/BNDES
Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil
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