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BDMG financia cultivo de seringueiras na Zona da Mata

30 de junho de 2011

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) está financiando o plantio de seringueiras para agricultores da Zona da Mata. É o Programa de Fomento à Heveicultura, um projeto experimental que pode ser estendido para outros municípios aumentando emprego e renda nas áreas carentes do estado. O plantio da seringueira- planta da qual se extrai a borracha – é uma iniciativa também apoiada pela Cooperativa de Crédito de Muriaé (Credimur), pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

O presidente da Credimur, Nelson Carvalho Schachnik, disse que a Zona da Mata nas últimas três ou quatro décadas perdeu muita renda e hoje tem uma das menores rendas de Minas. Segundo ele, com os plantios em decadência, os agricultores estão descapitalizados e desmotivados: “Procuramos uma alternativa para a região. Muriaé tem todas as condições climáticas para esse tipo de cultura, com estações bem definidas e boa precipitação atmosférica. A borracha de origem vegetal tem um bom mercado e a seringueira é um reflorestamento natural”, explicou.

Boa acolhida

Após estudar a viabilidade do projeto, a cooperativa não tinha capital suficiente para viabilizá-lo, foi aí que Schachnik procurou os órgãos do Governo do Estado, onde teve “boa acolhida”. Segundo ele, não se trata de fazer com que os agricultores desistam das culturas tradicionais, mas quer mostrar a eles que existe uma opção que pode melhorar a renda. Já está sondando indústrias do setor que queiram se instalar na região. “Além de boa remuneração, vamos contribuir com o meio ambiente”, disse. Nelson tem seringueiras em sua propriedade desde a década de 1980. Informou que a renda mensal do agricultor que trabalha na extração do látex  em seu seringal está acima dos R$ 2 mil.

O gerente de Divisão do Departamento de Agronegócios do BDMG, Leonardo Guimarães Parma, disse que até o final do ano deverão ser investidos cerca de R$ 1 milhão no programa. Segundo ele, a previsão é de que em Muriaé sejam financiados de 10 a 15 produtores, o que resultaria em aproximadamente 500 hectares cultivados. A cada três hectares pelo menos um emprego será gerado. A seringueira pode ser explorada a partir do sexto ano após o plantio e mantém-se produtiva até o trigésimo. Depois disso, ainda é possível comercializar a madeira.

O professor e pesquisador da Epamig, Antônio de Pádua Alvarenga, um dos maiores especialistas em heveicultura do estado, acredita que nos próximos anos o preço médio da borracha deverá manter-se acima dos R$ 3,00/kg. A boa cotação do produto é consequência dos problemas políticos e climáticos enfrentados por países asiáticos, principais produtores e exportadores mundiais de borracha. Além disso, deve-se ressaltar a escassez dessa matéria-prima no mercado nacional. O Brasil foi um dos maiores produtores de borracha natural do mundo, mas, atualmente, importa mais de 60% do que consome. O aumento da produção ajuda a diminuir essa dependência em relação aos países exportadores.

Além das condições favoráveis do mercado, o cultivo de seringueira destaca-se num período em que a preservação ambiental protagoniza os principais debates internacionais. A planta ajuda a proteger o solo e os mananciais, e, ao absorver gás carbônico, despolui a atmosfera, reduzindo os efeitos do aquecimento global.

Esse investimento, na opinião de Parma, reitera o compromisso do BDMG com a inclusão social, o incentivo à economia mineira e a sustentabilidade ambiental.

Fonte: BDMG.

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