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BNDES discute rumos da economia mundial

31 de maio de 2012

O Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveu, nesta quarta-feira (20/06), data em que completa 60 anos, um encontro para entender o cenário econômico mundial e projetar suas ações. Participaram do evento economistas internacionais, representantes de universidades brasileiras e colaboradores do banco.

Mediando o encontro, Luiz Eduardo Melin de Carvalho e Silva, diretor do BNDES, considerou ser o momento oportuno para uma reflexão. “Esta instituição, que hoje faz aniversário, foi fundada não só para promover o desenvolvimento ou financiamentos, mas como uma casa de reflexão, de acumulação de conhecimentos sobre políticas econômicas do Brasil. Temos a oportunidade de olhar com profundidade para a economia mundial. As discussões nos guiarão para pensar como ir à frente, planejar o próximo passo”, afirmou ao abrir o evento.

Segundo Martin Khor, diretor executivo do South Centre, organização inter-governamental de países em desenvolvimento, o cenário mundial é de incerteza. “Vivemos uma situação estranha com a crise financeira. Não sabemos onde vamos parar e nem quem será o próximo”, avaliou. A organização, que tem sede em Genebra, trabalha para o fortalecimento da cooperação entre os países Sul-Sul, sendo a única instituição constituída somente por países em desenvolvimento.

Ao traçar um panorama da economia mundial, Yilmaz Akyuz, economista-chefe do South Centre, mostrou que a retomada da economia norte-americana pós-crise de 2009 é hesitante. “A recuperação é errática e fraca. Os Estados Unidos, em três anos, não reabriu 50% das vagas de emprego de 2008-9”, explicou. Sobre a Europa, a avaliação é que o maior peso dado ao lado financeiro prejudicou outros setores. “A zona do euro colocou o crescimento e o emprego de lado para focar nos ajustes fiscais”.

Ao construir um cenário futuro favorável frente à crise, Akyuz apontou alguns caminhos. “É preciso repensar as estratégias de desenvolvimento, por exemplo, a China, ou os países asiático, devem reduzir sua dependência dos mercados externos e a América Latina ir além das commodities”, indicou.

Para Vanessa Petrelli, presidente interina do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), ainda que mudanças sejam necessárias, o modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil o resguarda de crises internas. “A situação brasileira tem especificidade, com seus elementos econômicos distintivos. O regime adotado de 2004 a 2011 garante menos volatilidade. É um crescimento inclusivo”, disse ao apresentar dados da economia, como a queda considerável da taxa de desemprego, de 12,3% em 2003 para 6% no ano passado.

A capacidade de resiliência frente às adversidades exteriores também foi um ponto levantado pelo diretor-executivo do Banco Mundial, Rogério Studart. “Tenho razões para ser otimista. O que aconteceu de novo no Brasil foi a criação de uma massa consumidora interna. É o mesmo cenário dos Estados Unidos no início do século passado, com o aparecimento das classes médias. Se há um país que pode resistir e manter o crescimento usando os recursos domésticos com investimentos internos é o Brasil”, afirmou Studart apontando que o Brasil possui condições econômicas maduras para fazer frente à crise internacional.

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