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O Banco Central divulgou nesta manhã os dados de setor
externo de setembro. O balanço de pagamentos registrou superávit de US$ 339 milhões. As transações
correntes foram deficitárias em US$ 7,9 bilhões no mês, acumulando saldo
negativo de US$ 83,6 bilhões no fluxo de 12 meses (-3,7% do PIB). O resultado
do balanço foi puxado pelo superávit da conta de capital e financeira, que
registrou entrada líquida de US$ 7,7 bilhões, somando US$ 90,2 bilhões de saldo
positivo em 12 meses (4,0% do PIB)

Transações correntes:

A conta de serviços registrou déficit de US$ 4,7 bilhões em
setembro (US$ 48,3 bilhões em 12 meses). Os gastos com viagens internacionais
totalizaram US$ 1,9 bilhão (US$ 18,9 bilhões em 12 meses), resultado da queda
de 2,4% nos gastos de viajantes estrangeiros ao Brasil e da expansão de 11,1%
nos gastos de turistas brasileiros em viagens ao exterior. Por sua vez, a conta
de rendas apresentou déficit de US$ 2,4 bilhões (US$ 41,1 bilhões no fluxo
anual), fruto de pagamento de juros ao exterior de US$ 733 milhões no mês (US$
14,3 bilhões em 12 meses) e as remessas líquidas de lucros e dividendos
alcançaram US$ 1,7 bilhões (no ano totalizam US$ 27,2 bilhões). 

 Conta Capital e Financeira: A conta financeira apresentou
superávit de US$ 7,6 bilhões (US$ 8,9 bilhões ou 4,0% do PIB em 12 meses).
Deste total, ocorreu ingresso líquido de Investimento Estrangeiro Direto (IED)
de US$ 4,2 bilhões no mês (totalizando US$ 66,5 bilhões em 12 meses ou 2,9% do
PIB). Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram entradas líquidas
de US$ 5,2 bilhões em setembro (US$ 31,3 bilhões ou 1,4%). A entrada de
investimento direto no Brasil não é suficiente para cobrir os gastos de
transações correntes (essa diferença é negativa há 19 meses). Isso significa
que o Brasil depende da entrada dos investimentos em carteira, que tem
característica mais volátil, para manter o balanço de pagamentos no terreno
positivo. O gráfico abaixo mostra a diferença entre essas duas rubricas –
quando no terreno positivo, denota que a entrada de investimento cobre os
gastos com transações correntes; quando no terreno negativo, significa o
oposto. 

As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram
US$ 375,7 bilhões em setembro, redução de US$ 3,6 bilhões em relação ao mês
anterior.

Fonte: Banco Central