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Debate sobre Amazônia abre série de webinares do Plano ABDE 2030

27 de outubro de 2021


As instituições financeiras de desenvolvimento podem ajudar a estruturar projetos sustentáveis, a fim de atrair recursos de organismos multilaterais internacionais para financiar a transição da economia da Amazônia para um modelo mais sustentável e inclusivo. Os entraves para impulsionar o desenvolvimento sustentável na região foram tema do webinar “Amazônia: geração de valor na floresta em pé”, realizado nesta quarta-feira (27), pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), em parceria com o WRI Brasil. Assista o debate na íntegra clicando no vídeo acima.
“O papel do setor público é fundamental para criar essa ponte para o futuro. Para isso tem que ter capacidade significativa de ampliar os projetos. Isso é feito nos EUA, na Alemanha, pelo KFW, pelo China Development Bank, pelo Banco Mundial, entre outros. O BNDES vem desenvolvendo a sua fábrica de projetos, o BDMG também. Temos que ampliar no Brasil a estruturação os projetos de acordo com os critérios e objetivos das instituições multilaterais e privadas para atrair esses recursos”, afirmou o economista Rogério Studart, ex-diretor executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial e pesquisador do WRI.
Nesse contexto da transição da economia da região para um modelo sustentável, o presidente do Banco da Amazônia, Valdecir Tose, reforça que as instituições financeiras de desenvolvimento têm a missão de alavancar o potencial já existente. “Temos produtos exclusivos da Amazônia, como a castanha. Considerar esse potencial é relevante para esse desenvolvimento. A dificuldade é estabelecer um desenvolvimento não tradicional. As instituições financeiras têm o desafio de alocar os recursos”.
Para o diretor do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Mariano Cenamo, as instituições financeiras de desenvolvimento têm o papel de adotar políticas a longo prazo que ajudem a preservar a Amazônia através de projetos sustentáveis. Segundo ele, investir na economia verde na região pode colocar o Brasil na vanguarda ambiental.
“Qual a melhor estratégia para atrair investimento para o Brasil? É a Amazônia. Nossa indústria é importante, mas temos dificuldade para competir com a China ou outros países. Agora produzir alimentos, gerar emprego e renda preservando a floresta, país nenhum no mundo se compara ao Brasil”.
No entanto, a diretora da secretaria estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Camille Bemerguy, destaca a alta complexidade para colocar em prática ações nessa direção, especialmente em razão das diferenças locais. “No estado do Pará existem diversas realidades. Temos um ambiente desafiador e uma complexidade dada pela diversidade que existe dentro do próprio estado”.
Por fim, a especialista do PNUMA/ONU, Raquel Marques da Costa, lembrou o dado apresentado no Fórum Econômico Mundial do ano passado, no qual metade do PIB Mundial, equivalente a cerca de US$ 44 trilhões, depende da natureza, para ressaltar a importância da Amazônia para o planeta. “O setor financeiro é impactado porque eles fazem investimentos para clientes que dependem dos serviços que a natureza provém. Os bancos de desenvolvimento podem ajudar a deter o desmatamento, cobrar e apoiar melhorias”.
Plano ABDE 2030
O webinar é o primeiro de uma série de debates para a construção do Plano ABDE 2030 de Desenvolvimento Sustentável. No dia 4 de novembro será realizado o debate “Cidades sustentáveis: como ampliar o acesso à infraestrutura social e urbana”. Em seguida, no âmbito da COP26, a ABDE promoverá o webinar “O papel do Instituições Financeiras de Desenvolvimento na mobilização de recursos para meta de Carbono Zero” no dia 10 de novembro. No dia 19, especialistas discutem o “Financiamento a Biodiversidade”. Por fim, o webinar sobre o papel da inovação para o desenvolvimento sustentável fecha o ciclo de workshops no dia 24 de novembro.
“Demos início à essa série muito importante que vai colher insumos essenciais para preparamos esse Plano ABDE 2030 que será apresentado no Fórum do Desenvolvimento da Associação em março de 2022, influenciando o novo ciclo de formulação de políticas públicas para o Brasil rumo ao desenvolvimento sustentável alinhado com a Agenda 2030, Acordo de Paris e Agenda de ação de Adis Abeba de financiamento ao desenvolvimento”, destacou o presidente da ABDE, Sergio Gusmão Suchodolski.
O documento terá ações e propostas concretas para contribuir com o país no cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), e será entregue às principais lideranças políticas do país, incluindo presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, de órgãos de controle, governadores e também aos presidenciáveis.

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