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Evento sobre MPMEs debate o papel do Sistema Nacional de Fomento na recuperação econômica

5 de abril de 2021

A ABDE e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) promoveram, nessa segunda-feira (05/04), o webinar “MPMEs e a Recuperação Econômica: Desafios para o setor financeiro e o papel do Sistema Nacional de Fomento”. Com a participação de integrantes do governo federal, de bancos de desenvolvimento e agências de fomento, o evento também foi marcado pela apresentação da Monografia BID, em co-autoria com a ABDE, intitulada: “Apoio às MPMEs na crise da Covid-19”.
Assista a íntegra do webinar aqui.
O webinar foi divido em três painéis: “Perspectivas do financiamento às MPMEs para a recuperação da crise da Covid-19”, “Impactos da pandemia da Covid-19 nas MPMEs brasileiras” e “Atuação do Sistema Nacional de Fomento no apoio às MPMEs brasileiras”. Com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da ABDE, o debate durou cerca de 2h39m.
Na abertura do evento, o presidente da ABDE, Sergio Gusmão, ressaltou a importante colaboração da Associação com o BID e como essa vem mobilizando parceiros e estruturando iniciativas diante da atual crise. “É uma agenda de trabalho extensa, mas que já gerou muitos frutos e deve ser ampliada nos próximos meses. O objetivo desse webinar é apresentar um de muitos resultados dessa parceria com o BID”, afirmou. O representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, também destacou o trabalho das duas instituições: “Graças à parceria com a ABDE e seus associados, conseguimos oferecer o nosso apoio ao país com grandes parceiros e com a capilaridade que oferece o Sistema Nacional de Fomento”.
Perspectivas econômicas
Dando início ao primeiro painel, o ex-diretor do Banco Central do Brasil, Tony Volpon, falou sobre o atual cenário macroeconômico brasileiro e também internacional. O especialista apresentou projeções para os próximos meses de pandemia e recuperação do mercado, ressaltando que o processo de vacinação da população deverá abrir espaço para a retomada no segundo semestre deste ano. Volpon ainda afirmou que “estamos longe de uma normalização no mercado de trabalho, mas essa recuperação vai acontecer. Eventualmente essa demanda se fortalece”.
Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae Nacional, comentou sobre as medidas lançadas pelo Governo Federal para conter a crise e o apoio às micro e pequenas empresas, os desafios que os microempreendedores enfrentam para conseguir financiamento e destacou o importante papel do Sistema Nacional de Fomento na oferta de crédito.  “O SNF é a chave para fazer funcionar de forma verdadeira o oferecimento de crédito que sirva o desenvolvimento do país”, afirmou.
Na perspectiva governamental, o subsecretário de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas do Ministério da Economia, Fabio Santos Silva, falou sobre a responsabilidade que o setor carrega na geração de emprego e de renda no país e comentou as ações tomadas pelo governo para apoiar os pequenos negócios nesse momento. “Além da questão da oferta de crédito, é fundamental para a retomada do crescimento dos pequenos negócios a geração de oportunidades, para que essas empresas possam gerar receita e cumprir com as obrigações”, avaliou Silva.
Impactos da pandemia
O segundo painel abordou os principais assuntos apresentados na monografia “Apoio às MPMEs na crise da Covid-19: Desafios do financiamento para resiliência e recuperação”, e contou com a participação dos coordenadores técnicos do estudo, Andrej Slivnik, gerente de Estudos Econômicos da ABDE, e Rodrigo Porto, consultor do BID.
A monografia teve como objetivo identificar os impactos da crise da pandemia nas micro, pequenas e médias empresas nacionais e apontar as principais questões estratégicas de curto e médio prazo, abordando aspectos como a importância do setor para a economia brasileira e as ações do Sistema Nacional de Fomento como resposta emergencial à crise. O estudo estará disponível na íntegra nos próximos dias. É possível baixar a apresentação com os principais pontos clicando aqui.
SNF no apoio às MPMEs
Com moderação de Morgan Doyle, o terceiro e último painel do webinar destacou a atuação das instituições financeiras do SNF na mitigação dos efeitos causados pela crise da pandemia desde o início e a contribuição para as micro, pequenas e médias empresas do país.
Leany Lemos, presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), aproveitou o momento para ressaltar a participação do Sistema Nacional de Fomento, que vem atuando com condições melhores na oferta de crédito, em relação as taxas, carência e os prazos adequados. Ela detalhou os métodos adotados pelo BRDE para apoiar os pequenos negócios, como a simplificação dos processos e investimento em tecnologia, e garantiu que “pretendemos avançar com essas condições, alinhando a estratégia com inovação e sustentabilidade”.
Nelson de Souza, presidente da Desenvolve SP, falou sobre como um dos primeiros passos do banco foi identificar o principal problema, que é a liquidez, e a partir disso seguiram com a disponibilização de duas linhas de crédito para os setores mais vulneráveis e para os demais segmentos. “Injetamos R$ 1,8 bilhão na economia paulista e agora, com a recidiva da pandemia, estamos colocando mais duas linhas de crédito com recursos próprios”, informou.
Em sua fala, o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Sergio Gusmão, frisou que as MPMEs representam 99% dos negócios brasileiros, são responsáveis por 55% dos empregos e por 30% de tudo que é produzido em território nacional. Sobre a atuação do BDMG durante a pandemia, Sergio conta que primeiramente houve uma revisão da estratégia de 2020, e logo em março do mesmo ano foi lançado o primeiro programa emergencial voltado para as micro, pequenas e médias empresas do setor de saúde. “Fizemos mais de 200 milhões de reais em crédito em programas específicos do BDMG. Acima de tudo, nós mantivemos o foco no cliente”, destacou Gusmão.
Já o Banco da Amazônia cresceu em sua carteira mais de 38% para o segmento de micro e pequenas empresas. No âmbito geral, foram R$ 1,2 bilhão aplicados e R$ 130 milhões para microcrédito produtivo orientado, segundo o presidente da instituição, Valdecir Tose. Ele ainda afirmou que a instituição já vinha se preparando, não para o fim da crise em 2020, mas para sua continuidade em 2021. “Ampliamos as provisões de crédito, já pensando em um nível mais severo de inadimplência e antecipando a análise dos segmentos”, disse.
Segundo Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no momento mais crítico da pandemia o banco injetou cerca de R$ 750 bilhões na economia. Nos diversos programas que foram executados pela instituição, 450 mil empresas foram impactadas e 10 milhões de empregos foram preservados. “Dentro do BNDES, estamos mais uma vez trabalhando modelagens para expandir o tema de seguro de crédito. Essa pandemia de alguma forma fez com que acelerássemos muitos mecanismos”, comentou Laskowsky.
Prêmio ABDE-BID 2021
Durante o evento foi lançada a edição 2021 do tradicional Prêmio ABDE-BID, promovido em parceria pela ABDE e pelo BID, com o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB). O prêmio tem o objetivo de impulsionar a produção de projetos que contribuam de forma efetiva para o desenvolvimento sustentável.
A novidade deste ano será a categoria “Diversidade: aspectos gerais e desafios para o desenvolvimento”. Os artigos deverão abordar propostas, cases e avaliações de políticas públicas ou instrumentos financeiros que promovam a diversidade, a inclusão e a redução das desigualdades.
As outras duas categorias serão “Desenvolvimento em Debate” e “Sistema OCB: Desenvolvimento e Cooperativismo de Crédito”. As inscrições vão até o dia 4 de julho e os vencedores serão conhecidos em dezembro. O vencedor em cada uma das categorias receberá R$ 8 mil e o segundo colocado, R$ 4 mil.
Saiba mais e inscreva-se aqui.

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