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Tombini: Brasil cresce abaixo de seu potencial

31 de janeiro de 2012

O Brasil está crescendo abaixo do potencial e, por isso, o Banco Central (BC) vem ajustando para baixo a taxa básica de juros da economia (Selic). A avaliação foi feita nesta terça-feira (28/02) pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, em audiência pública no Senado. De acordo com Tombini, cálculos feitos internamente pela instituição e não divulgados mostram crescimento econômico abaixo do potencial nos últimos trimestres, incluindo o atual, o primeiro deste ano e ainda não finalizado. “Não é por outra razão que o Banco Central vem ajustando a taxa de juros”, afirmou.

 

Tombini citou pesquisa feita com analistas do mercado financeiro que indicou a tendência de queda da taxa de juros real neutra (que permite crescimento da economia sem gerar riscos para a inflação). Conforme a consulta do BC aos analistas, em novembro de 2010, a mediana dessa taxa estava em 6,75% e passou para 5,5% na pesquisa atual. Além disso, 49% dos analistas esperam redução dessa taxa, 40% consideram que ficará estável e 11% que vai subir.

O presidente do BC contou também que a redução do spread bancário, diferença entre taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes que levantam empréstimos, continua sendo prioridade do governo. Essa é, segundo ele, uma determinação da presidenta Dilma Rousseff. O presidente da autoridade monetária garantiu aos senadores que o governo não está de “mãos vazias” quando o assunto é reduzir spread no país.

De acordo com Tombini, medidas do governo têm ajudado a reduzir essa diferença entre o custo de captação e as taxas de juros oferecidas aos clientes que pegam dinheiro emprestado. Ele citou a aprovação do cadastro positivo, que contribui para melhorar a qualidade das informações sobre os bons clientes bancários. Segundo Tombini, quanto mais informações sobre o cliente o banco tem, melhores são as avaliações do risco de inadimplência.

Outra medida citada por Tombini é a redução do limite das operações de crédito registradas no Sistema de Informações de Crédito (SCR) do BC. A partir de 30 de abril, o SCR identificará os clientes com operações totais acima de R$ 1 mil por instituição financeira. Atualmente, essas informações são fornecidas para operações acima de R$ 5 mil. De acordo com Tombini, essa medida também melhora a qualidade da informação para o BC e para as instituições financeiras.

Tombini também destacou a criação da Central de Cessões de Crédito (C3), sistema operado pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), que registra as compras e vendas de carteiras de crédito entre bancos. Segundo Tombini, a medida ajuda a aumentar a competição no sistema financeiro e, por consequência, impacta na redução do spread. Aliada à criação da C3, Tombini lembrou que também há medidas para estimular a compra de carteiras de crédito de instituições pequenas por bancos maiores que também tem o efeito de aumentar a competição no sistema financeiro.

Fonte: Kelly Oliveira – Agência Brasil/ ABr

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