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Presidente da ABDE destaca o papel do SNF em seminário do Ministério da Infraestrutura

20 de outubro de 2020

O presidente da ABDE e do BDMG, Sergio Gusmão Suchodolski, participou, na manhã dessa terça-feira (20/10), do Seminário Socioambiental em Infraestrutura de Transportes (Via Viva), promovido pelo Ministério da Infraestrutura, de forma virtual. Também participaram do painel “Qual o papel dos aspectos ASG no financiamento de projetos de infraestrutura?”, a especialista líder em Mercados Financeiros e Instituições Financeiras do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), Maria Netto, o superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), José Alexandre Vasco, e o assessor técnico da Cooperação Alemã (GIZ), Daniel Ricas. As quatro instituições são parceiras na gestão do Laboratório de Inovação Financeira (LAB).
Em sua fala, o presidente da ABDE destacou o papel fundamental desempenhado pelo Sistema Nacional de Fomento (SNF) para o financiamento da infraestrutura, fornecendo 75% do crédito concedido ao setor. Ele afirmou que as instituições de fomento têm adotado de forma crescente os fatores Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) como critério de apoio a projetos de desenvolvimento. “A ABDE e o SNF estão alinhados a essas práticas e têm atuado em muitas frentes, como o próprio LAB, para incentivar que esses aspectos sejam observados de forma transversal, por todos os atores dos setores público e privado, para que não seja um tema restrito a um nicho, mas sim que ajude a alavancar a pauta do desenvolvimento sustentável”, disse Gusmão.
De acordo com ele, as instituições que compõem o SNF buscam atuar com outros instrumentos financeiros, para além do crédito, compreendendo o momento que o país vive, de dificuldades fiscais, e as potencialidades dessas organizações. Uma dessas áreas de atuação é a estruturação de projetos de PPPs e Concessões, em que a integração com os aspectos ASG é muito importante para o bom resultado dos empreendimentos.
As instituições de fomento podem oferecer linhas, produtos, atuar nos gaps do mercado, nos setores de maior risco, além de estar presentes para oferecer maior credibilidade aos grandes projetos, a fim de mobilizar o capital privado. Para Gusmão, o Brasil está preparado para incorporar a agenda ASG de forma ainda mais efetiva.
“Vejo grande apetite internacional a projetos que sigam esses critérios e uma demanda de que eles sejam priorizados. O Brasil avançou nos últimos anos, especialmente a partir do momento em que foi estabelecida a Política de Responsabilidade Socioambiental, pelo Banco Central, e agora precisamos tornar esse processo mais ágil e eficiente, para conectar esse desejo dos investidores de aportar recursos com os projetos geradores de impacto social e ambiental que possuímos”, comentou.
A adesão aos fatores ASG, destacou Gusmão, proporciona melhor rating de crédito, maior retorno, menor custo de financiamento e aumenta a performance financeira. “À medida que mais organizações incorporarem esses fatores, haverá maior pressão para que outros também incorporem, gerando mudanças significativas de fluxo do capital”, observou.
LAB
A representante do BID, Maria Netto, afirmou, com base em uma pesquisa realizada pela instituição em 2019, que o Brasil é um dos países com maior número de projetos de concessões e PPPS, mas com alta taxa de mortalidade destes, seja pela baixa qualidade dos projetos, seja pelas dificuldades no desenvolvimento de soluções financeiras. O investimento privado é fundamental para destravar essa agenda. “O mercado de títulos e as debêntures estão crescendo de forma exponencial em todo o mundo, mas o Brasil representa uma fatia muito pequena, especialmente em infraestrutura, que ainda não deslanchou”, alertou.
Para o superintendente da CVM, José Vasco, o LAB tem sido um importante espaço para o diálogo de diversos atores do segmento e para a construção de novas soluções financeiras para apoio ao mercado de capitais. De acordo com ele, em todo o mundo serão necessários entre cinco e sete trilhões de dólares anuais para atender à demanda por financiamento a projetos sustentáveis, e esse volume está além da capacidade do setor público. “É uma grande oportunidade para um país como o Brasil, que necessita de muito investimento privado. O LAB é um exemplo de cooperação, por reunir em diálogo mais de uma centena de instituições públicas e privadas, e uma prova inequívoca de que havia demanda por coordenação e colaboração para avançar em pautas nacionais”, disse.
Daniel Ricas, do GIZ, também destacou a importância do LAB para o debate sobre o investimento sustentável no Brasil e ressaltou que o Laboratório criou recentemente um grupo de trabalho destinado a debater a nova tendência observada com a incorporação dos aspectos ASG nos projetos. “É preciso que esses fatores sejam levados em consideração para a perenidade dos projetos e das políticas públicas de desenvolvimento”, frisou.

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