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Live da ABDE celebra o legado de Celso Furtado

9 de dezembro de 2020

Na quarta-feira passada (02/12), a ABDE promoveu a live “O centenário de Celso Furtado: trajetória, pensamento e lições para o futuro”, em homenagem ao aniversário de 100 anos do economista brasileiro. Com transmissão ao vivo pelo canal do Youtube da Associação, o evento contou com a presença do presidente do BDMG e da ABDE, Sergio Gusmão Suchodolski; do filho de Celso Furtado, o professor-titular do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp, André Tosi Furtado; do professor emérito da UFMG, Clelio Campolina Diniz; do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Luciano Coutinho; do economista-chefe do Banco do Nordeste, Luiz Esteves; do historiador e cientista político, Luiz Felipe de Alencastro; e da professora da Universidade Federal de Pernambuco e sócia da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan), Tania Bacelar.
Na abertura do evento, Sergio Gusmão citou a longa trajetória de Celso Furtado, desde sua especialização acadêmica, como o doutorado em Paris, até a ocupação de cargos políticos, em 1962 como Ministro do Planejamento e em 1986 como Ministro da Cultura. O presidente da ABDE ainda destacou a importância do economista atualmente: “Hoje, mais de 15 anos após o falecimento de Furtado, sua obra, suas ideias e seu exemplo continuam imprescindíveis para a compreensão do desenvolvimento econômico e social brasileiro. Sua missão de atuar no processo de construção do Brasil, em constante diálogo, permanecem relevantes na academia, na política e no debate público”.
O historiador Luiz Felipe de Alencastro se atentou, principalmente, em comentar um pouco sobre a vida acadêmica de Celso Furtado e os trabalhos realizados no exterior, pontuando a própria experiência de quando o economista foi seu coorientador de tese. Sobre a constante vontade de aprender, Alencastro afirmou que “Celso sempre foi interessado pela cultura em geral e pelos debates internacionais”. Ele ainda salientou que, apesar de ter ocupado cargos importantes na política, Furtado priorizava sua carreira como acadêmico.
Falando sobre os pensamentos de Celso Furtado, a professora Tania Bacelar explicou que ele tinha uma obsessão por compreender as realidades em que desejava atuar, e que para isso ele mergulhava no estudo das estruturas sociais, econômicas e políticas. Tania, que foi aluna do economista em Paris, disse que “Celso tinha a visão que o conhecimento servia para transformar realidades”. A especialista ainda acrescentou que o grande sonho de Furtado era consolidar a nação brasileira.
Em um depoimento mais pessoal, o professor Luciano Coutinho relatou sobre um projeto que participou junto de Celso Furtado e como aprendeu sobre macroeconomia por meio dessa experiência. Ele também destacou os anos de estudos e as obras do economista. “Celso Furtado não é um simples economista. Antes de tudo ele era um gênio de dimensão global. Um intelectual de grande envergadura”, afirmou.
Para o professor Clelio Campolina Diniz, Celso Furtado é o maior teórico que pensou no subdesenvolvimento e desenvolvimento do Brasil. O especialista abordou a origem do economista, desde sua infância na Paraíba até o início de seus estudos e finalmente sua vida como figura pública. Clelio também pontuou em sua fala elementos adotados nos pensamentos de Furtado que podem ajudar o país a superar os problemas contemporâneos do subdesenvolvimento. “A ABDE é uma instituição central para ajudar o Brasil a pensar programas de desenvolvimento que sejam capazes de combinar crescimento econômico com justiça social, inclusão e liberdade”, acrescentou.
O economista-chefe do BNB, Luiz Esteves, reforçou a ideia de que Furtado era um intelectual de extrema importância, e que mesmo tendo vivido no século passado, tinha pensamentos completamente alinhados com os debates atuais sobre o desenvolvimento. “Acredito que se nós tivéssemos escutado mais as ideias do Celso Furtado teríamos avançado ainda mais nas institucionalidades e tido muito mais sucesso na redução das desigualdades”, declarou.
Encerrando a live comemorativa, o filho de Celso Furtado, André Tosi Furtado, demonstrou toda a sua admiração pelo pai e comentou como se sente lisonjeado ao perceber que o legado do economista ainda permanece fortemente. “Ele é um patrimônio do nosso país, uma das maiores contribuições que o Brasil fez para a humanidade em termos de pensamento”. Sobre os próximos passos, o professor disse: “Celso tem uma clara mensagem para o futuro e agora nós devemos aprender com ela para tentar fazer nesses próximos 30 anos a nossa transformação para o desenvolvimento sustentável”.
Assista a íntegra da live aqui.

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