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Fórum: Covid-19 reforça a necessidade de uma transição sustentável da economia

28 de abril de 2021

A pandemia impactou o sistema financeiro em todos os países e a recuperação da economia pós-covid exige uma transição sustentável. É o que afirmou o ex-diretor do Banco Central e vice-diretor geral do Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements, BIS), Luiz Awazu Pereira, durante palestra ministrada nesta quarta-feira (28), no terceiro dia do Fórum do Desenvolvimento – organizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE). Para Awazu, as instituições financeiras têm o papel de fortalecer a retomada econômica com bases sustentáveis e propor ações efetivas de combate às mudanças climáticas.
“Estamos num ponto de grande reflexão. Num mundo volátil e complexo, a covid-19 de certa forma produziu uma espécie de imagem acelerada do que poderia ser uma catástrofe climática permanente. E, ao mesmo tempo, cria uma condição macroeconômica de que sim, é preciso financiar uma transição mais sustentável. O papel dos bancos de desenvolvimento é fundamental para articular essa lógica entre a recuperação pós-covid e uma recuperação que pode ser mais sustentável”, disse Awazu.
O ex-diretor do Banco Central citou o Green New Deal Europeu, pacote de quase US$ 1 trilhão da União Europeia, e o plano de infraestrutura e recuperação sustentável implementado por Joe Biden nos EUA, como dois exemplos globais de estímulo à retomada verde da economia. Por outro lado, apesar de enfatizar a adoção de medidas de combate às mudanças climáticas para evitar uma catástrofe econômica no futuro, Awazu alertou para os efeitos da redução de carbono na economia dos países pobres.
“Uma economia com menos carbono tem consequências e impactos sobre as populações mais vulneráveis e os países mais pobres, que não têm, necessariamente, os recursos para se adaptar rapidamente. Temos que ter consciência da necessidade de acompanhar essa transição com políticas que tenham um cunho de proteção social e políticas redistributivas”.
Após a palestra magna de Awazu, o primeiro painel do dia debateu regulação, instrumentos inovadores e parcerias para o desenvolvimento sustentável. “Fizemos muitas ações no ano passado, nesse ambiente da pandemia e estamos pensando no futuro. Essa reflexão tem que se fixar em seis pilares: eficiência do uso de capital, inclusão das nossas estratégias, sustentabilidade do ponto de vista climático, uso estratégico de recursos, visão holística da nossa gestão de ativos e riscos e passivos”, destacou o chefe da Divisão de Mercado de Capitais e Conectividade do BID, Juan Ketterer.
Com o tema “Desenvolvimento e inclusão financeira”, o segundo painel discutiu as ações que possam estimular a participação cada vez maior de pessoas no sistema financeiro. Participaram do debate a gerente de Novos Negócios na Antera, Paula Salomão; o chief Data Scientist da Serasa Experian, Renato Vicente, e o fundador da Conta Black, Sergio All. A moderação foi do economista do Sebrae Nacional, Giovanni Bevilácqua. Os presidentes da Goiás Fomento, Rivael Aguiar, e do Badesc, Eduardo Alexandre Machado, trouxeram os cases das suas entidades.
O secretário-executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Daniel Ferreira, ministrou a palestra “Perspectivas do desenvolvimento regional no Brasil” e apresentou obras de infraestrutura realizadas pela pasta no último ano em municípios de todo o país. “Conseguimos em 2020 entregar 6.200 obras em mais de 4 mil municípios no Brasil. São 17 obras por dia, que possibilitaram que 410 mil famílias tenham acesso à moradia própria. O desafio é alavancar recursos e investimentos da iniciativa privada”.
Por fim, o diretor da ABDE e da Desenbahia, Paulo Costa, fez um balanço das políticas econômicas brasileiras nas últimas seis décadas e destacou que o conceito de desenvolvimento mudou. “Não se refere mais apenas ao aumento do PIB ou do PIB per capita. Hoje ele envolve outras dimensões, como o respeito ao meio ambiente, a governança, as questões sociais e a prestação de contas de suas ações para a sociedade”. Ao final do evento, foram apresentados pequenos relatos das agências de fomento de pequeno porte de todo o país.
Confira como foi o primeiro dia: Instituições Financeiras de Desenvolvimento podem liderar retomada sustentável da economia pós-Covid
Confira como foi o segundo dia: Fórum debate a cooperação entre países para fomentar o desenvolvimento sustentável
 
FMI e Banco Mundial debatem transição sustentável e inclusiva
O Fórum do Desenvolvimento prossegue nesta quinta-feira (29). O foco principal do quarto dia de evento serão as transformações na governança e na economia política mundial atuais, relacionadas às questões do desenvolvimento sustentável, inclusão social e promoção da diversidade.
Para discutir o tema, a mesa-redonda especial contará com as participações do economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, Martin Rama, e do chefe da Divisão de Política Fiscal e Supervisão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Medas. A moderação do painel será do economista-chefe do Banco do Nordeste, Luiz Esteves.
A programação prevê ainda outras três mesas de discussão, que vão receber representantes de instituições financeiras de desenvolvimento e entidades internacionais, como BID e ONU Mulheres: “Implementação Agenda 2030: papel dos Bancos Subnacionais de Desenvolvimento”, “Desenvolvimento e diversidade” e “Infraestrutura sustentável”. O encerramento será do diretor de Cooperação para o Desenvolvimento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Jorge Moreira da Silva.
 
Fórum do Desenvolvimento
O Fórum do Desenvolvimento é totalmente on-line, aberto ao público e tem inscrições gratuitas. O evento acontece até a próxima sexta-feira (30), com palestras, debates e mesas-redondas que reúnem governos federal e estaduais, Banco Mundial, FMI, OCDE, ONU, BID e representantes de instituições financeiras do Sistema Nacional de Fomento de todo o mundo.
Confira a programação completa e faça sua inscrição pelo site: www.forumdodesenvolvimento.com.br.

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