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ABDE promove encontro sobre igualdade de gênero

ABDE promove encontro sobre igualdade de gênero

15 de março de 2024

A Associação Brasileira de Desenvolvimento realizou na manhã desta sexta-feira (15) o encontro virtual “Igualdade de Gênero e Inclusão Social para Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs)”. Organizado pela Gerência de Economia, Sustentabilidade e Inovação (GESEI), o gerente Diógenes Breda abriu o encontro lembrando que a inclusão dentro da perspectiva de gênero e que outras perspectivas, como a questão racial, ainda são temas dos quais precisa avançar muito. “Essa não é uma defasagem das instituições financeiras de desenvolvimento, isso é um problema social, um problema estrutural das nossas sociedades. E nós, aqui na ABDE, dentro daquilo que nos cabe, estamos tentando fazer a nossa parte.” O dirigente lembrou ainda a importância da cooperação da Embaixada Britânica para a Associação e agradeceu a participação da Teresa Durand, especialista em Gender Equality and Social Inclusion do UK PACT – (Partnering for Accelerated Climate Transitions), um programa da carteira de financiamento climático internacional, do Reino Unido. 

Logo no início da apresentação, a especialista afirmou que serão necessários 169 anos para chegar à paridade de participação econômica entre homens e mulheres. Teresa Duran destacou ainda que as crises ecológicas mundiais afetam mais os grupos vulneráveis e impactam nos esforços para combater a imparidade econômica de gênero através de vários grupos marginalizados. “A evidência é clara em termos de conexão entre mudança climática, gênero e saúde em que as mulheres e os filhos delas sofrem”, ressaltou Teresa, que associou estes impactos sobre as mulheres a consequências como o aumento da vulnerabilidade, da violência e do estresse. A representante do UK PACT destacou que algumas das soluções passam pela educação sustentável e a inclusão de gênero. 

Antes de passar para a segunda fase da apresentação, Teresa divulgou alguns números do empreendedorismo feminino, indicando que as mulheres possuem de 30% a 37% de todas as pequenas e médias empresas, o que equivale entre 8 milhões e 10 milhões nos mercados emergentes, e que startups dirigidas por mulheres geraram 78 centavos de receita para cada dólar de investimento arrecadado, enquanto startups dirigidas por homens geraram apenas 31 centavos. 

 

Após um breve intervalo, os números apresentados indicavam que a chave para o crescimento econômico mundial estava nas mulheres. “Elas controlam 32% da riqueza mundial e acrescentam 5 trilhões de dólares anualmente à riqueza global.” De acordo com um estudo do BMO Wealth Institute, as mulheres controlam US$ 14  trilhões em riqueza pessoal nos EUA e a previsão é de que até o ano de 2030 elas controlem dois terços de toda riqueza norte americana. São elas que determinarão a forma como o dinheiro será gerido, valorizado e transmitido à próxima geração. 

“A riqueza das mulheres vai impactar o desenvolvimento sustentável porque são elas que tendem a tomar decisões financeiras com base no que é melhor para as famílias e comunidades e fazem investimentos pensando no que vai beneficiar o planeta (…) estamos falando sobre como as pessoas estão gastando dinheiro investindo em empresas que tem credenciais verdes e sociais e são as mulheres e as meninas as mais conscientes sobre questões ambientais e a destruição da Terra”, afirmou Teresa Duran. 

No final do encontro virtual, a especialista afirmou que a maioria das instituições financeiras está procurando integrar a igualdade de gênero em investimentos climáticos e em empresas que são lideradas por mulheres. Disse ainda que é preciso investir na educação das meninas, no corporativismo e na cidadania ambiental que podem ser feitos como lentes de igualdade de gênero nas comunidades locais. “Precisamos ter responsabilidades e contribuir para o aumento da empregabilidade das mulheres na nova bioeconomia ou empregos verdes,” afirmou Duran. O último ponto foi na direção da promoção da diversidade de gênero e inclusão. “Falamos, entre outras coisas, na proteção de benefícios sociais para mulheres, como na garantia das permissões, em qualquer ocasião, para os responsáveis acompanharem as crianças quando elas estiverem doentes, ou até mesmo na concessão de licenças paternidades.” 

O encontro contou com cerca de 50 participantes entre associados da Associação Brasileira de Desenvolvimento e colaboradores da ABDE.  

 

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