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Workshop discute financiamento sustentável da Amazônia

31 de agosto de 2011

A ABDE, em conjunto com o Banco da Amazônia, realizou, no dia 21 de setembro, na sede da instituição regional, em Belém, o Workshop sobre Financiamento do Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, uma atividade planejada no âmbito da Comissão Temática de Integração entre Instituições Federais e Estaduais de Desenvolvimento.

O evento foi dividido em três sessões. Na primeira, intitulada Amazônia: Desenvolvimento a partir da Sustentabilidade, os palestrantes foram: Estevão Vicente de Paula, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); Juscelino Machado Portela, diretor comercial da Portela Indústria e Comércio de Madeiras, de Manaus; e Rivaldo Gonçalves de Araújo, da Agrorisa Produtos Alimentícios Naturais Ltda.

Na segunda sessão, sobre Programas e Produtos das Instituições para o Desenvolvimento da Amazônia, coube a Oduval Lobato Neto, gerente de Programas Governamentais do Banco da Amazônia; a Kizzy Janaína Hernandez Lourenço, superintendente do Banpará; e aos presidentes das agências de fomento do Amazonas (Afeam), de Roraima (Aferr) e de Tocantins (FomenTO), respectivamente, Pedro Falabella, Raimundo Nonato Mota Filho e Rodrigo Alexandre Gomes de Oliveira, fazerem uma apresentação das iniciativas e potencialidades que integram o plano de atuação das respectivas instituições na região.

Na última sessão, que teve como tema: Financiamento ao Desenvolvimento da Amazônia: problemas possíveis e soluções, mais dois palestrantes: Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e Luiz Fernando Laranja da Fonseca, sócio da K&C Investimentos. Segundo Ávila, as instituições de fomento localizadas na Amazônia devem realizar um esforço concentrado no sentido de evidenciar a possibilidade de desenvolvimento econômico da região, associado à geração de emprego e renda, a partir do uso racional e sustentável da biodiversidade brasileira. “E isso deve ser feito considerando-se o ajuste do marco regulatório. A propósito, há uma discussão em vigor, em vários Ministérios, para reformar a lei de acesso à biodiversidade no Brasil. É importante que as instituições financeiras de desenvolvimento (IFDs) se engajem nessa questão”. Ainda na opinião do presidente do INPI, as IFDs precisam descobrir maneiras de capitalizar fundos de capital de risco. “Projetar o futuro da Amazônia requer, primeiro, imaginação com relação aos produtos a serem explorados de forma sustentável e, segundo, imaginação com relação aos produtos financeiros para, de fato, viabilizá-los”.

Para o presidente da ABDE, Maurício Elias Chacur, que moderou a segunda sessão, o workshop apontou aspectos que devem ser aprofundados pelas IFDs da Amazônia, tais como: novos produtos amazônicos, indicação geográfica, pesquisas e mecanismos de fomento específicos para a região. “Cabe a essas instituições, e com o auxílio da ABDE, se organizarem para atender, de forma adequada e eficiente, aos requisitos necessários à ação de fomento requerida”.

No encerramento do evento, Abidias José de Souza Júnior, titular do Banco da Amazônia, deixou no ar a seguinte pergunta: “O que devemos fazer, de fato, para que a sustentabilidade se torne, efetivamente, parte dos nossos processos?” Citando o economista Samuel Benchimol, um dos maiores amazônidas do país, lembrou que no âmbito da sustentabilidade, além das dimensões social, ambiental e econômica, há que se considerar também a diversidade. “Temos que trabalhar para que cada real aplicado na Amazônia seja investido exclusivamente na região”.

Abidias também defendeu, no seu discurso, que o auxílio ao micro e pequeno empreendedor deve ser incrementado, mas que a edificação de projetos estruturantes na Amazônia serão fundamentais para potencializar as atividades daquele segmento. “Acredito no adensamento de cadeias. Tenho convicção de que agrupando os pequenos empreendedores é possível qualificá-los em termos de gestão, melhorar o acesso a compra de matérias-primas, sobretudo a preços mais permissíveis, além da facilitar as operações de escoamento da produção”.

A consolidação dos temas discutidos no Workshop sobre Financiamento do Desenvolvimento Sustentável da Amazônia e na Reunião Latino-Americana sobre Bancos de Desenvolvimento e Investimentos Ambientalmente Sustentáveis, também realizada em Belém, nos dias 22 e 23 de setembro, inspiram a matéria de capa da próxima edição da revista Rumos, que circulará no final do mês de outubro.

 

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